O candidato do PSDB, João Leite, fechou nessa segunda-feira (3) sua primeira aliança para o segundo turno. O tucano se encontrou com Rodrigo Pacheco (PMDB), terceiro colocado na eleição, com 10% dos votos. Também estiveram presentes os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, além do vice-governador Antônio Andrade (PMDB), do ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e de deputados federais. O anúncio oficial será feito nesta terça-feira (4).

A aproximação entre os dois já era visível desde o último debate de televisão, na quinta-feira antes da eleição. O encontro dos caciques do PSDB e do PMDB aconteceu nessa segunda-feira (3) à tarde, no escritório de Pacheco, na capital mineira, e veio à tona após a divulgação de fotos do encontro em redes sociais de políticos.

O presidente do PSDB em Minas, deputado federal Domingos Sávio, avaliou nessa segunda-feira (3) que o partido está “construindo pontes”. “Não adianta materializar uma candidatura se não tiver como viabilizar as propostas. As coisas se resolvem entre os governos federal, estadual e municipal. Será um alinhamento de propostas”, afirmou. Ele elogiou os projetos apresentados por Pacheco.

Ainda de acordo com Domingos Sávio, a aliança irá viabilizar futuras obras para a capital. A afirmação foi feita numa referência à influência de Aécio Neves junto ao presidente Michel Temer (PMDB). A presença do vice-governador no encontro que selou a aliança também seria uma sinalização da relação que poderá existir com o governo do Estado, hoje sob o comando de Fernando Pimentel (PT).

Na coletiva convocada pelos dois partidos para esta terça-feira (4), segundo a reportagem apurou, João Leite deve se comprometer a adotar plataformas de governo de Rodrigo Pacheco, como as voltadas para startups e o projeto de um espaço de integração de atividades inspirado em Medellín, na Colômbia.

Clima. Nessa segunda-feira (3), antes de se reunir com os peemedebistas, João Leite conversou com a imprensa. Ele evitou falar sobre a costura de apoios para enfrentar o empresário Alexandre Kalil (PHS), mas retomou o discurso de que a principal aliança será com o povo.

O tucano alfinetou o adversário, postura que evitou no primeiro turno. Depois de enumerar ações nas áreas da saúde, da educação e da segurança que pretende implementar, disse que conta com o Orçamento da cidade e com a responsabilidade das pessoas com o IPTU. “É do IPTU que tem que ser pago. Tem que ter responsabilidade”, declarou, referindo-se indiretamente a Kalil, criticado por ter dívidas com o município.

Encontro. João Leite se encontra nesta terça-feira (4), às 10h, na sede do PMDB, com Rodrigo Pacheco e demais lideranças dos dois partidos. Na pauta, consta que eles irão discutir propostas para a cidade.

Délio e Lacerda poderão divergir

PSB. O diretório municipal do PSB, do prefeito Marcio Lacerda, reúne-se nesta quarta-feira (5) para um balanço das eleições. No dia seguinte, Lacerda viaja para Brasília, onde participa de reunião da executiva nacional, em que serão definidos apoios para o segundo turno da eleição.

Acordo. O prefeito e seu vice, Délio Malheiros (PSD), que ficou em quinto lugar na disputa, podem ter posições independentes no segundo turno. Nos bastidores, eles decidiram que só irão anunciar a decisão após se falarem. 

Caixa negativo

PSDB conta com aliados e quer fazer eventos

O balanço das receitas e das despesas no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) mostrava até essa segunda-feira (3) que a campanha de João Leite (PSDB) arrecadou R$ 2,43 milhões e contratou R$ 4,15 milhões em serviços. O saldo até o momento é negativo em R$ 1,72 milhão, tendo ainda quase quatro semanas de campanha pela frente.

Nessa segunda-feira (3), os tucanos fizeram uma reunião com lideranças dos partidos da coligação – PPS, PP, DEM, PRB e PRTB. O PSDB pediu que cada uma das legendas busque recursos internos. Uma fonte do PSDB afirmou que a sigla conta com essas contribuições.

Questionada sobre a situação financeira da chapa, a equipe de João Leite respondeu que fará eventos para levantar recursos, mas não deu detalhes. “As despesas contratadas estão dentro do planejamento da campanha, que tem como fonte o fundo partidário dos seis partidos da coligação, além de doações. A campanha também irá promover eventos para levantar recursos com potenciais doadores”, informou a assessoria.

Foco

Aécio diz que campanha vai mirar o eleitor que se absteve

FOTO: FERNANDA CARVALHO

Objetivo. Senador Aécio Neves disse que campanha terá como foco a apresentação de propostas

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, analisou nessa segunda-feira (3) o cenário de segundo turno em Belo Horizonte. Ele afirmou que a campanha será baseada em propostas “firmes” e “respeitosas”.

“A nossa campanha será focada em propostas. Nós temos projetos para Belo Horizonte. Queremos aprimorar avanços que já foram construídos nas últimas administrações”, disse. “A nossa campanha será respeitosa, mas firme”, completou.

As afirmações foram feitas durante coletiva com a imprensa, horas antes do encontro que selou o acordo de apoio do PMDB a João Leite.

Segundo o senador, a campanha terá que reverter os altos índices de abstenção. No primeiro turno, o percentual de votos brancos somou 7,20%, e o de nulos, 14,28%. As abstenções em Belo Horizonte (21,66%) superaram a média nacional de 17,6%. “Vamos tentar mobilizar esses eleitores que não se apresentaram para votar para que possam votar, porque não adianta achar que as soluções para os nossos problemas acontecem por geração espontânea. Jamais”, afirmou Aécio.

Estratégia. A avaliação interna da campanha de João Leite é a de que o candidato deve se concentrar nos debates com o rival Alexandre Kalil (PHS) em propostas. “O Kalil não tem conteúdo. Isso vai expor as fragilidades dele”, declarou uma fonte. “Além disso, não é o perfil do João partir para o ataque”, completou a fonte.

O discurso de aliança com o povo que João Leite tem reforçado, disse a fonte, é para fazer frente às críticas de Kalil de que o candidato tucano tem padrinhos políticos.