Eleições 2018
Acordo com o centrão pode unir PSDB e DEM em Minas
Para que o ex-governador paulista tenha um palanque único no Estado, o senador Antonio Anastasia (PSDB) pode retirar sua candidatura e apoiar o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM)
20/07/18 - 23h55
O apoio dos partidos do centrão ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) pode mudar radicalmente o cenário eleitoral para o governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. Para que o ex-governador paulista tenha um palanque único no Estado, o senador Antonio Anastasia (PSDB) pode retirar sua candidatura e apoiar o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM). A situação contrária, com Pacheco indo compor a chapa tucana como nome ao Senado, também está sendo avaliada, apesar de o parlamentar mostrar uma maior resistência.
A reportagem questionou a assessoria de imprensa do senador sobre uma possível desistência dele da corrida eleitoral pela cadeira do Palácio da Liberdade em favor de Pacheco e sobre a hipótese de o deputado federal integrar sua chapa como candidato a vice ou ao Senado. Por meio de nota, no entanto, o tucano não descartou nenhuma dessas alternativas. O tucano, que aparece liderando as primeiras pesquisas eleitorais, se mostrou aberto a um diálogo para unir forças que são hoje de oposição ao governador Fernando Pimentel (PT).
“A convergência é possível, e o senador continua se esforçando por ela. Como sempre deixou claro, Anastasia respeita todas as candidaturas postas e as considera legítimas. Acredita que a união de todas as forças sociais e políticas neste momento pode colaborar muito para a vitória de um novo governo, responsável e criativo, que tenha capacidade de levar Minas de volta para os trilhos do desenvolvimento”, disse a assessoria do senador.
No meio político, o fato de o ex-governador do Estado não cravar que vai ser mesmo candidato levanta dúvidas se no final ele vai disputar a preferência dos mineiros nas urnas. Essa incerteza se agrava porque, inicialmente, Anastasia se mostrou resistente a ser o candidato do PSDB ao Executivo. Ele só aceitou ir ao pleito após insistência de Geraldo Alckmin em ter um palanque em Minas. Porém, agora, com apoio do centrão, Rodrigo Pacheco poderia representar esse papel.
Contudo, no ninho tucano mineiro há quem queira que a situação seja inversa. O secretário estadual do PSDB de Minas, o deputado João Vítor Xavier, afirmou que a torcida e o trabalho da legenda é para se formar uma aliança em que o pré-candidato do DEM possa compor a chapa tucana. “Pretendemos formar em Minas uma aliança com o máximo de partidos possível, que estarão no nosso palanque nacional. A gente sabe que existem especificidades e questões a serem trabalhadas, respeitamos a candidatura do Pacheco, mas nosso papel é deixar as portas sempre abertas para essa convergência de partidos que historicamente fazem parte do nosso campo político”, declarou.
Negativa. Porém, o deputado Rodrigo Pacheco tem se mostrado totalmente resistente a abrir mão de sua candidatura e quer se manter como um nome que represente uma terceira via na disputa ao Palácio da Liberdade. Interlocutores próximos de Pacheco disseram que, para se prevenir de um acordo nacional em que o deputado federal não dispute o governo de Minas, vai ser sugerido que a executiva em Brasília libere os Estados, a exemplo de Goiás e Rio Grande do Sul, onde o DEM terá candidatos ao governo que se recusam a apoiar Alckmin nacionalmente.
Em conversa com a reportagem, Pacheco confirmou que, se referendada a união nacional entre DEM e PSDB, a direção da sigla já sinalizou a ele que existe a possibilidade de os tucanos abrirem mão da candidatura ao comando do Estado para apoiá-lo. “Me deixa otimista a perspectiva de o senador Antonio Anastasia desistir da candidatura para me apoiar. Agora, nós vamos conversar, entender a posição do partido nacional, mas eu gostaria de reafirmar minha candidatura”, explicou.
Por outras quatro vezes, o deputado federal reafirmou a manutenção de sua pré-candidatura à administração estadual. Ele ainda contou que, nos próximos dias, vai conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o presidente do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, para saber exatamente como as negociações estão caminhando. “Não participei dessa discussão, não sei exatamente do que foi tratado. Então, vamos aguardar”, disse.
Quatro convenções abrem as definições partidárias no Estado
Iniciado o prazo das convenções partidárias que definirão os rumos dos partidos na disputa eleitoral, grande parte das legendas mineiras já confirmou a data de seus encontros. A maratona de convenções começa hoje e vai até o dia 5, último dia previsto para a realização dos eventos. Avante, PTC e Patriota, que devem apoiar o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) ao governo, e o Novo, que lançará Romeu Zema ao Palácio da Liberdade, serão os primeiros partidos a anunciarem seus rumos.