Eleições 2018
Por segunda vaga no Senado, candidatos colam em aliados
Viana, Pacheco e Dinis têm se aproximado de padrinhos como estratégia política
25/09/18 - 03h00
Com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) liderando as pesquisas de intenção de voto para o Senado em Minas, a disputa pela segunda cadeira à Casa se transformou em uma corrida acirrada entre três candidatos que perseguem o mesmo eleitorado – mais à direita e tradicionalmente antipetista.
O deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), o ex-presidente da Assembleia Dinis Pinheiro (SDD) e o jornalista Carlos Viana (PHS) tentam encontrar elementos para se diferenciarem. Segundo a última pesquisa DataTempo/CP2, de 19 de setembro, Viana tem 13,3% das intenções de voto; Pacheco, 8%, e, Dinis, 6,3%.
Apesar de estarem empatados tecnicamente, Dinis vinha aparecendo com menor índice que os concorrentes. Nesta segunda-feira (24), porém, ele ganhou um apoio de peso: um vídeo publicado no Facebook mostra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ao lado do deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, presidente do PSL em Minas, pedindo votos a Dinis. Sem antes apoiar oficialmente um candidato ao governo de Minas ou ao Senado, o eleitorado “bolsonarista” no Estado não vem se concentrando em nomes na disputa estadual. A aposta de Dinis, agora, é que isso mude. “Bolsonaro tem mobilizado milhões de brasileiros que estão submersos em um oceano de frustrações e indignações com a classe política. Para essas pessoas, ele se apresenta como um timoneiro capaz de romper com as práticas de um sistema em falência e conduzi-las com alguma segurança a uma terra mais firme. E o que nos une no momento é a vontade de fazer do Brasil um país melhor com um governo mais eficiente e ético”, pontuou.
Quem também apostou em um apoio político foi Carlos Viana. Correligionário do prefeito de Belo Horizonte, o jornalista tem utilizado depoimento de Alexandre Kalil desde o início da campanha. Bem avaliado na capital e conhecido pelo interior, Kalil também possui força nas redes sociais e já teve o apoio buscado até por presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT).
Sobre o apoio de Bolsonaro a Dinis, Viana acredita que o fato não deve influenciar os eleitores. “Dinis é um político muito experiente, faz parte da velha política, tem uma trajetória já conhecida dos mineiros, e cada um faz seu julgamento sobre o trabalho. Eu entendo que o apoio do Bolsonaro não vai modificar aquilo que ele construiu nos últimos anos. O que vai influenciar é a trajetória de quem fez algo pela população e aqueles que representam a novidade”, apontou o jornalista, que possui o apoio de movimentos sociais e de políticos ligados ao público de direita.
Se Viana aposta no apoio de um ex-presidente do Atlético, Rodrigo Pacheco, no último sábado, ganhou reforço estrelado. Na sede da torcida organizada Máfia Azul, a maior do Cruzeiro, ele foi ovacionado por torcedores e contou com o apoio do senador e presidente do Conselho Deliberativo do clube, Zeze Perrella (MDB-MG).
O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires, também compareceu ao evento, mas disse não ter firmado compromisso com Pacheco. “Foi um ato da Máfia Azul, um congresso. Me chamaram, e eu compareci, mas não sabia que se tratava de um ato político. De apoio, mesmo, só apoio o Aécio (Neves, candidato a deputado federal), lá eu não assumi nenhum compromisso. Mas a Máfia é muito forte, com certeza quem recebe este apoio sai muito fortalecido”, argumentou o cartola.
Na briga
Chapa quente. Apoiados por Anastasia (PSDB), Pacheco e Dinis mantêm relação tensa. Os dois, ultimamente, têm evitado até sentar próximo um do outro em eventos do tucano.