Eleições

Após sucesso da "nova política", veteranos voltam à disputa

Minas tem ao menos cinco ex-prefeitos que devem tentar um novo mandato

Por Thaís Mota
Publicado em 12 de setembro de 2020 | 06:00
 
 
 
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Após uma onda de 'nova política', vários ex-prefeitos voltam à disputa municipal em 2020, na tentativa de se elegerem mais uma vez ao cargo majoritário em suas cidades. É o caso de Carlos Murta (MDB), em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, que já esteve à frente da prefeitura por cinco mandatos e concorrerá mais uma vez. Se eleito, segundo o próprio Murta, ele deve ser o político que mais vezes se elegeu a prefeito em Minas. Questionada pela reportagem sobre o dado, a Justiça Eleitoral não soube confirmar a informação. 

“Inicialmente, eu não seria candidato porque eu já fui cinco vezes prefeito. Atendi a um apelo do meu partido percebendo que havia um anseio da sociedade pedindo o meu retorno. Então, começamos a examinar (o cenário) e percebemos que realmente havia um clamor nesse sentido. Resolvi encarar o desafio e ser candidato”, disse o ex-prefeito, que foi eleito em 1988, 1996, 2000, 2008 e 2012. 

Carlos Murta já registrou sua candidatura, tendo como vice Valdir Gomes (MDB), em uma coligação com o PSC. Ao todo, a composição lançará aproximadamente 50 candidatos a vereador. O total de cadeiras em disputa na Câmara de Vespasiano é de 17.

Contagem
Além de Vespasiano, ex-prefeitos de Contagem, Ouro Preto, Mariana e Pará de Minas também serão candidatos nesse pleito. Assim como Murta, a maioria deles destaca um “anseio da população” como principal justificativa para a participação na corrida pelo Executivo.

“Meu projeto era continuar como deputada, mas o apelo de volta que a população expressava foi muito grande. Então, em um primeiro momento, foi muito para atender esse apelo popular, e isso se materializa muito no favoritismo que está expresso nas pesquisas de opinião que mostram que eu estou na frente. Mas, no decorrer das discussões da pré-campanha, em que eu reuni muita gente virtualmente, eu me apaixonei pela possibilidade de implementar um novo projeto para a cidade, de bem-estar e desenvolvimento”. disse a deputada estadual Marília Campos (PT), que é pré-candidata à Prefeitura de Contagem, na região metropolitana. Ela administrou a cidade em 2005 a 2012, sendo eleita em 2014 e 2018 para a Assembleia Legislativa.

Ouro Preto
Nas cidades vizinhas de Ouro Preto e Mariana, na região Central do Estado, antigos prefeitos voltam para a disputa neste ano. No primeiro caso, Angelo Oswaldo (PV), que administrou a cidade entre 1993 e 1996, e voltou dez anos depois, sendo eleito em 2004 e reeleito em 2008, é candidato a retornar à prefeitura agora. Em uma coligação com o Republicanos, o PL e a Rede, ele deve ser oficializado candidato em convenção que será realizada amanhã e afirma que também foi convidado a disputar a eleição. 

“Fui chamado por diversos setores do município e dos distritos acredito, pelo meu legado, pelo legado das três administrações. Eu fui o único prefeito de Ouro Preto a ser reeleito, em 2008, e agora, outra vez, eu sinto que, com base no legado das administrações anteriores, na minha experiência e nas propostas que podemos desenvolver, o município de Ouro Preto tem manifestado grande apoio à minha candidatura. Eu não podia deixar de aceitar essa missão”, conta. Além de prefeito da cidade, Oswaldo foi secretário estadual de Cultura no governo de Itamar Franco.

Mariana
Já em Mariana, o ex-prefeito que deve concorrer mais uma vez mais é Celso Cota (MDB. Ele não foi localizado pela reportagem para falar sobre sua campanha. Cota foi eleito outras duas vezes para o Executivo da cidade: em 2004 e em 2012, tendo tido o mandato cassado em 2015, por improbidade administrativa, após ser acusado de fazer promoção pessoal com recursos do município. Já, no ano passado, ele teve duas condenações pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), uma por superfaturamento em contratos e outra por uso indevido de recursos da mineração. 

Apesar da cassação e das condenações do TCE, que podem tornar o pré-candidato inelegível neste ano, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) informou que não há definição sobre a elegibilidade de alguém até que seja efetivado e julgado seu pedido de registro de candidatura. “O cumprimento dos requisitos de elegibilidade e eventual incidência de inelegibilidade são verificados somente no momento da análise do pedido de registro de candidatura por um juiz eleitoral. Não há um controle prévio dos casos de inelegibilidade. Além disso, o tribunal não se pronuncia sobre casos concretos, que podem vir a ser julgados em uma zona eleitoral ou na Corte Eleitoral”, informou o órgão.

Pará de Minas
Em Pará de Minas, na região Central, o ex-prefeito Antônio Júlio (MDB) concorrerá novamente. Ele foi eleito em 1982, em um mandato de seis anos, e voltou ao cargo em 2012. Tentou a reeleição em 2016, mas perdeu. 

“O que me motivou (à candidatura) foi uma vontade pessoal, porque hoje estou mais tranquilo, mais sereno, mais preparado. Hoje eu tenho uma visão bem mais madura sobre gestão pública”, afirmou. Ele deve ter a candidatura confirmada em convenção a ser realizada no próximo dia 15, e contará com o apoio de PSL, PTB e PMN.

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