Candidato a prefeito de Passos é preso após bater em viatura e atropelar PM

Aquiles Grintaci Vasconcellos, de 52 anos, mais conhecido como Dr. Aquiles (Avante), candidato a prefeito de Passos, no Sul de Minas Gerais, foi preso na noite dessa quinta-feira (29) após cometer uma série de crimes, como fugir da polícia, atropelar um policial e portar ilegalmente drogas.

Segundo a Polícia Militar (PM), a corporação foi acionada após o candidato, que é médico, tentar entrar em uma sessão na Câmara Municipal da cidade armado. O detector de metais teria acusado a tentativa.

Após ser bloqueado por seguranças, Vasconcellos entregou a arma para um assessor e saiu da Casa. Ele entrou em seu carro, que é blindado, com um homem de 47 anos e fugiu.

Já na rua, a polícia deu ordem de parada para o candidato, no entanto, ele não obedeceu. A perseguição durou alguns minutos até que uma equipe de policiais colocou a viatura atravessada em uma rua para o fugitivo não conseguir passar.

Teimoso, o suspeito forçou passagem, batendo na viatura e arrastando ela pelo asfalto, colocando em risco a segurança de militares. Neste momento, foram efetuados disparos contra os pneus de seu veículo, uma Mitsubishi Pajero, mas mesmo assim sem sucesso – um policial chegou a ficar prensado entre o carro e a viatura, tendo lesões nas costelas.

O carro só parou depois que subiu em cima de uma calçada. Aquiles e o passageiro foram presos em flagrante e levados para uma delegacia da Polícia Civil.

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A perícia técnica foi chamada e constatou que dentro do veículo havia resquícios de maconha e invólucros com substância análoga a cocaína. A arma do postulante, calibre 38, foi encontrada às margens da MGC-146 e apreendida, assim como a arma do policial que efetuou disparos.

A reportagem de O TEMPO tentou entrar em contato com o diretório municipal do Avante, mas sem sucesso. Não havia ninguém na Câmara Municipal de Passos para falar sobre o assunto.

Outras polêmicas

Durante sua pré-campanha, ele causou polêmica após gravar um vídeo se apresentando como candidato dentro de um hospital ao lado de uma criança. Aquiles Grintaci nega qualquer irregularidade. “Não tem timbre, não tem o nome do hospital. ‘Ah, onde você estava?’ No Estado de São Paulo (onde fica localizado o hospital onde ele trabalha e a gravação foi feita). É tudo que tenho a declarar. Outra coisa: a criança não foi exposta nada. É um segundo e meio que passou o celular. Picuinha total”, disse.

Em outro episódio, Aquiles se envolveu em uma briga na portaria da Câmara Municipal depois de cobrar um vereador que havia votado contra um projeto que reduzia em 50% o salários dos vereadores. Ele nega ter sido preso.

“Eu apenas fui a uma base de polícia fazer um boletim de ocorrência dirigindo meu próprio carro”, explicou. Segundo Grintaci, o projeto de lei foi resultado de uma pressão feita por ele nas redes sociais. “Os vereadores aqui ganham 22 vezes mais que na França. Na França, é um vereador a cada 100 mil habitantes, aqui (em Passos, que tem aproximadamente 100 mil habitantes), são 11. O salário do vereador francês, na época (meados de 2019) era o equivalente a R$ 4 mil. Aqui, os vereadores recebem R$ 7.800”, explicou.

Prisões de candidatos

Conforme o Código Eleitoral (Lei 4.737, de 1965), até 15 dias antes das eleições, candidatos só podem ser presos em flagrante delito, a chamada imunidade eleitoral. Como o primeiro turno das eleições deste ano irão acontecer no dia 15 de novembro, a regra começa a valer neste sábado (31).

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