Candidatos à Prefeitura de Contagem prometem mais autonomia ao sistema de saúde

Candidatos à Prefeitura de Contagem, na região metropolitana, pretendem dar mais autonomia ao sistema de saúde local. Além de reduzir a dependência da capital, eles querem acelerar a fila de cirurgias eletivas e exames. Segundo a prefeitura, não é possível informar o número de pessoas na fila nem o tempo de espera porque os dados mudam constantemente, já que dependem da urgência de cada caso. 

O vereador e candidato à prefeito Dr. Wellington (Republicanos) propõe criar centros para exames cardíacos. “A gente não tem hoje um cateterismo, uma hemodinâmica. Qualquer paciente que infartar em Contagem fica esperando três, quatro, cinco, sete dias para abrir uma vaga em Belo Horizonte”, diz o ortopedista. A ideia do médico é usar a estrutura do município para otimizar o atendimento. 

Ampliar o atendimento a pacientes com problemas cardíacos também é uma das propostas da chapa composta por Kaká Menezes (Rede) e seu vice, Rogério Henrique (Rede). “O número de leitos de CTI de Contagem não é suficiente. Projetamos um aumento desse número de leitos e queremos dedicar parte ao procedimento e hemodinâmica”, explica o Rogério. 

O fornecimento de reméios a pacientes crônicos é um dos focos do candidato Wellington Silveira (PL). "Queremos criar o programa Farmácia em Casa para que os pacientes crônicos possam receber o remédio em suas residências", diz.

Wellington Silveira pretende resolver os problemas da saúde pela valorização os profissionais a área. "Grande parte da gestão é feita por comissionados a partir de inicações políticas. Quero que as funções de gestão, em sua maioria, sempre que possível, sejam ocupadas por servidores do quadro efetivo", garante.

Informatização

Para reduzir a fila para consultas e exames especializados, Márcio Bernardino (Novo) propõe a sincronização com locais privados e a informatização do sistema. “Vamos fazer parceria com estabelecimentos privados, por meio de um edital de credenciamento e, através de um sistema de agendamento, vamos sintonizar a agenda desses estabelecimentos com a do SUS”, garante. 

A petista Marília Campos planeja redistribuir os profissionais da saúde. “Nós já temos um número de equipes de Saúde da Família, mais de cem, compatível com o tamanho da população. Só que elas têm pouca resolutividade, então a gente pretende reestruturar as unidades básicas e organizá-las do ponto de vista territorial”, afirma a deputada. Segundo dados de setembro, a cidade tem 4.812 profissionais da saúde. 

Marília também fala em acabar com a espera para consultas especializadas e cirurgias eletivas. “Isso é feito por meio de um programa que a gente compra junto às clínicas e hospitais em uma espécie de mutirão permanente”, propõe. 

Corrupção

Um dos candidatos que propõem estímulo à iniciativa privada na construção de hospitais é Coronel Fiúza (PTC). “Temos que criar um hospital na região do Ressaca, uma área muito grande, que está desassistida”, diz. Uma das áreas que vão receber atenção do militar é a odontologia, como forma de prevenir problemas complexos de saúde. “Temos que ampliar o tratamento de saúde bucal, um problema mais barato que outros e pode acarretar casos mais graves de saúde”, explica. O recurso para isso viria do combate à corrupção. 

Os desvios de recursos também são citado por Felipe Saliba (DEM) como impeditivos para a melhora nos serviços de saúde da cidade. “Uma das minhas primeiras ações será a revisão minuciosa desses contratos para que possamos acabar com desvios, gastos inapropriados e também investir o dinheiro naquilo que é efetivo para melhorar a saúde de Contagem e a qualidade de vida dos cidadãos”, promete o advogado. 

Pandemia

O município de Contagem somava, até ontem, 360 mortes pelo novo coronavírus. Mas a pandemia impactou o Sistema Único de Saúde (SUS) e trouxe reflexos que vão além dos casos de Covid-19. Alvear Saraiva, do Cidadania, planeja conter o avanço de doenças como a dengue agindo preventivamente. “Para evitar a proliferação, a melhor forma é a conscientização. Vamos fazer um trabalho grande de conscientização e aumentar a fiscalização em casas e lotes vagos”, projeta. 

Saraiva pretende ainda melhorar as instalações das unidades de saúde do município para conseguir dar conta da demanda. “Cada UBS tem três ou quatro equipes. Temos que qualificar esse pessoal. Melhorar a estrutura dos imóveis das UBSs, ampliar o horário de atendimento”. 

Ivayr Soalheiro (PDT) promete aumentar o índice de testagem de coronavírus. “A nossa prioridade é testar toda a população para o coronavírus. Queremos ampliar os recursos aplicados na saúde por meio de convênios e com uma gestão séria, transparente e eficiente para aplicação do recurso mais produtiva do que existe”, afirma. 

No pós-pandemia, Professor Irineu (PSL) quer investir em comunicação para que a população mantenha cuidados de prevenção. “Caberá ao poder público manter campanhas de conscientização e cuidados. Saúde pública se faz também com informação”, explica. 

Maria Lúcia Guedes (PV) não falou com a reportagem, mas seu plano de governo prevê novas tecnologias de prevenção de epidemias de zika, dengue e chikungunya.

Outras propostas

Alfredo (Patriota). Em seu programa de governo, o candidato propõe a criação de uma central médica hospitalar com estrutura básica para realização de exames e de pequenas cirurgias. Ele não deu entrevista.

Lindomar Gomes (PMN). Visando informatizar o sistema de saúde, o político do PMN propõe criar um prontuário eletrônico do paciente, com comunicação entre as unidades de atendimento. Lindomar Gomes não falou com a reportagem.

Sebastião Pessoa (PCO). O programa do candidato tem foco na atenção à mulher e na descriminalização do aborto. A chapa propõe estatizar todo o sistema de saúde e trabalhar “pela total gratuidade de todos os serviços e produtos que se relacionem com a maternidade”, de acordo com o texto de seu plano de governo. Ele não deu entrevista.

* Rosa & Stella (PSOL) e Dulce (PMB) não haviam respondido à reportagem até a conclusão desta reportagem. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não há registro de seus programas de governo. 

Estrutura

Contagem tem 76 Unidades Básicas de Saúde (UBs), cinco Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), um complexo hospitalar e quatro Centros de Atenção Psicossocial.

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