Eleições 2020

Candidatos de Contagem querem que Funec foque mercado local

Políticos propõem parcerias com entidades da cidade para gerar empregos

Por Rômulo Almeida
Publicado em 01 de outubro de 2020 | 06:00
 
 
 
normal

Promover melhorias na Fundação de Ensino de Contagem (Funec) é uma das principais propostas dos candidatos à prefeitura do município da região metropolitana. Diante dos desafios impostos pela pandemia, eles também planejam investimentos em tecnologia para ampliar o ensino a distância por meio de parcerias público-privadas e de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). 

A rede municipal de ensino da cidade atende 60 mil estudantes em 70 escolas, 36 Umeis, 11 anexos e 24 creches parceiras. Durante a pandemia, os alunos podem acessar o conteúdo pelo blog Estuda Contagem, ou, no caso de não terem acesso à internet, o material pode ser retirado nas escolas, segundo a prefeitura. Não há previsão para a volta das aulas presenciais.

Modelo

Criada em 1973, a Funec é referência no ensino técnico e oferece também o ensino médio regular. Além dos cursos, tem mais de 30 projetos de extensão e pesquisa. Essa estrutura, na visão dos candidatos, deve se adequar às demandas da sociedade e do mercado de trabalho. 

A ideia de Wellington Silveira (PL) é modificar o perfil pedagógico da Funec para fazer com que ela forme trabalhadores de maneira mais efetiva. “Ela custa R$ 34 milhões todos os anos, mas não cumpre seu papel. Formar jovem em patologia clínica em uma cidade que não tem um laboratório que empregue mais de 200 pessoas é uma discrepância”, diz. Para isso, ele propõe parcerias com o setor privado.

Explorar o potencial da fundação é o plano da candidatura coletiva Rosa & Stella (PSOL). “A Funec precisa de um corpo docente qualificado. A nossa juventude é carente de tudo. E a Funec é a única materialização de uma política pública eficiente para a juventude de Contagem”, defende Rosa.

Para ela, essa transformação será possível com a interação entre escola e população. “Precisamos radicalizar nossa democracia na condução e na formação cotidiana, envolvendo profissionais da educação e a comunidade”. 

Formado em processamento de dados pela Funec, Márcio Bernardino (Novo) quer fazer com que a mão de obra produzida pela entidade seja absorvida pelo mercado de trabalho do município. “Os cursos técnicos serão criados em parceria com as empresas da cidade, para que os alunos tenham emprego dentro da própria cidade. Entidades como CDL e Fiemg serão procuradas”, conta. 

Conectados

Para superar os obstáculos do ensino impostos pela pandemia, principalmente os relacionados à estrutura, os candidatos de Contagem pretendem recorrer a parcerias público-privadas e à verba do Fundeb. 

Para levar o ensino até a periferia, Ivayr Soalheiro (PDT) propõe a construção de centros públicos com computadores e internet ou mesmo a distribuição de aparelhos. “Quem tem CadÚnico tem direito a seu tablet. É o que nós desejamos”, diz. 

Um modelo que una atividades presenciais e virtuais é o projeto de Marília Campos (PT), que pretende iniciar o mandato planejando o retorno às aulas. Ela quer inserir computadores no kit escolar por meio de parcerias com a iniciativa privada e o Estado. 

Além da internet, rádio e TV estão nos planos de Felipe Saliba (DEM). “Os municípios tiveram seis meses para se preparar, mas não se prepararam. A gente precisa de um plano, levando internet gratuita aos moradores e capacitando pela TV, rádio”

Segurança

Os coronéis Fiuza (PTC) e Alvear (Cidadania) relacionam educação com segurança pública. “No sistema socioeducativo, todos abandonaram a escola. No prisional, 60% não têm ensino fundamental, e 20% não sabem ler. A ideia é criar uma equipe com pedagogos, militares, psicólogos, para descobrir por que o aluno não quer ficar na escola”, propõe Fiuza. 

Coronel Alvear quer aproximar a comunidade escolar da Guarda Municipal. “A ideia é ampliar, não só com patrulha, mas cursos, palestras, esporte, torneio de futebol”, revela. 

Outras propostas

Professor Irineu (PSL) propõe valorizar os professores. “Vamos tentar resolver o salário, mas também temos que melhorar, por exemplo, a hierarquia, a falta de limite dos alunos, junto às famílias, que devem colaborar com a educação”. 

Kaka Menezes, da Rede, quer investir em tecnologia. “Vamos informatizar as secretarias escolares, criando um sistema de informação em rede municipal no ensino”, conta.

O candidato do Patriota, Alfredo Cardoso, planeja criar um curso para o Enem, além de ampliar a carga horária nas escolas com conteúdo sobre empreendedorismo. Ele prevê ainda revisar o plano de carreira dos professores. 

Pelo PMN, Lindomar Gomes quer testar a escola em tempo integral. Caso eleito, ele prevê a criação de oito colégios nesse modelo. 

Maria Lúcia Guedes, do PV, prevê parcerias para a melhoria do ensino básico.

Sem propostas

Sebastião Pessoa (PCO) entende que o atual cenário político nacional dificulta melhorias na área. “Qualquer proposta para a educação é inócua. Enquanto não voltarmos a ter um sistema democrático, não há que se falar em avanços”.

Os candidatos Dulce (PMB) e Doutor Wellington (Republicanos) não deram entrevista, e seus programas não estão no sistema do TSE.

Saiba mais sobre a Funec

Criada em 1973, a Fundação de Ensino de Contagem é uma instituição pública, sem fins lucrativos, vinculada à prefeitura.  
São dez escolas e 3.500 alunos.

A fundação oferece ensino médio nas modalidades regular e técnico. Ela também realiza concursos públicos e processos seletivos e desenvolve de Programas de Formação Continuada de Trabalhadores.

A Funec é mantida com recursos do orçamento do município, de repasses do Estado e da União, de contratos e alienações e de taxas cobradas dos candidatos de concursos públicos. 

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!