Eleições 2020: Sistema de drenagem contra os danos da chuva em Nova Lima

A chegada das chuvas preocupa uma parcela grande dos moradores de Nova Lima, na região metropolitana, que viram a temporada chuvosa do início de 2020 trazer inundações, enchentes e desabamentos que resultaram em uma morte e prejuízos materiais. 

O óbito de um homem de 45 anos foi registrado no bairro Cristais, no dia 28 de janeiro, após um deslizamento ter soterrado a vítima. Na época, de acordo com a Defesa Civil Municipal, choveu cerca de 150 mm em poucas horas. Placas de asfalto foram arrancadas, pessoas ficaram desabrigadas, e a água do temporal chegou a atingir meio metro de altura em alguns pontos do município. 

Para os candidatos à Prefeitura de Nova Lima, o problema na cidade é a falta de um sistema eficiente de drenagem. Apesar de fazer parte do atual governo municipal, o vice-prefeito, João Marcelo Dieguez (Cidadania), acredita que a deficiência já poderia ter sido resolvida com uma melhor gestão dos recursos públicos, já que a previsão é que o Executivo encerre o ano com R$ 400 milhões em caixa. 

“O governo está reformando as praças da cidade ao invés de preocupar com situações como essas da chuva. Não que não seja importante reformá-las, a prefeitura tem recursos para isso. Mas é necessária uma gestão mais eficiente. Para mim não é orgulho nenhum encerrar o mandato com R$ 400 milhões em caixa, esse dinheiro tem que ser investido em obras como as da chuva. Em algumas praças está se diminuindo ainda o espaço de drenagem, o que pode aumentar o nível dos alagamentos, sem contar que a gente não conseguiu terminar de recuperar os estragos de janeiro”, reconhece o vice-prefeito e candidato. 

O político argumenta que tentou conversar internamente com autoridades do Executivo municipal sobre as prioridades, mas não foi ouvido. “Teve momento no governo que corri atrás de secretário e tive oportunidade de acertar e errar. Teve momento que dei minha opinião e fui ouvido, mas teve momento em que não fui considerado”, alega. 

O vereador Wesley de Jesus (DEM), que tem o apoio do atual prefeito de Nova Lima, Vitor Penido (DEM), afirma que o adversário está mal informado. “Como pode ser vice-prefeito e ser tão desinformado como ele é? Recurso de praça é um recurso vinculado. Temos um recurso que é previamente destinado para jardins e praças”, argumenta. 

O candidato defende que as inundações em grande parte de Nova Lima podem ser evitadas com a construção de uma barragem no ribeirão Cardoso. Ele afirma que um pré-projeto já foi elaborado, e a obra deve custar em torno de R$ 80 milhões. Mas antes do início da construção, um obstáculo precisa ser resolvido. 

“O ribeirão Cardoso está na mancha de uma barragem da Vale. Como está na mancha, nós não podemos fazer qualquer tipo de obra. Mas a Vale está fazendo a descaracterização da barragem e, tão logo ela termine, nós vamos conseguir fazer a construção da barragem para a contenção da água de desce do ribeirão”, diz Wesley de Jesus. Com a construção da barragem, o candidato afirma que restaria resolver apenas alagamentos pontuais em bairros do município.

Conscientização

O advogado Dr. Juarez (Solidariedade) defende a melhoria da drenagem de água e a construção emergencial da barragem do ribeirão Cardoso para evitar tragédias. “Você tem que estar sempre com os bueiros limpos. Em Nova Lima ou você está subindo ou descendo. E desce muito sujeira, muito resto de obra que tampa os bueiros. Além da drenagem, temos que construir a barragem para que a água fique represada e não venha para a cidade”, explica. Ele também defende uma campanha de educação da população para o descarte de lixo.

Soldado Flávio de Almeida (PT) diz que em governos petistas as obras necessárias foram feitas. “Nesta gestão, infelizmente, não tivermos o mesmo cuidados. Se fizer mais uma barragem, resolve. Temos uma avenida sobre um rio tampado também. Pretendemos vigiar a entrada e a saída dessa água”.