Emergência climática
Eleições em BH: Áurea quer meta de redução de emissão dos gases do efeito estufa
Candidata do PSOL pretende enviar, em uma eventual gestão sua, um projeto à Câmara Municipal para debater o tema
01/10/20 - 16h04
Metas de redução de carbono e outros gases responsáveis pelo efeito estufa são quase sempre temas debatidos a nível global e parte de acordo entre os vários países. Mas, a candidata do PSOL à prefeitura de Belo Horizonte, Áurea Carolina, quer trazer o debate para o nível do munícipio.
Ela acredita que o tema precisa ser tratado em todas as esferas de poder e, para isso, propõe o envio à Câmara Municipal de um projeto de lei que trate das mudanças climáticas propondo a criação de “metas de redução das emissões de gases de efeito estufa em Belo Horizonte em todos os setores em consonância com a Política Nacional de Mudanças Climáticas e a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC)”, diz seu plano de governo.
“A emergência climática é um problema global e todo mundo precisa fazer a sua parte, inclusive, os municípios. Passa por mudanças culturais, comportamentais, políticas, econômicas, institucionais, então a gente tem que chamar à responsabilidade da prefeitura cumprir aquilo que está ao seu alcance para reduzir os efeitos da crise climática. Então, ter uma política municipal aprovada na Câmara vai ser fundamental para orientar essa política não como uma política de um governo, mas como algo do poder público municipal”, disse.
Ela também mencionou a conexão dessa política ao Plano Diretor, que já traz uma perspectiva sobre uso do solo e ordenamento urbano e acredita que isso pode, inclusive, reduzir os impactos causados pelas chuvas em Belo Horizonte. “A gente tem que ter uma política de tornar a cidade mais permeável, de fazer uma drenagem por todo o território da cidade, ao longo das bacias e não é com obras que só reproduzem o modelo de sempre e que já demonstraram que não estão dando resultado”.
Entre essas obras, Áurea cita a canalização e cobertura de rios e córregos, e considera a possibilidade, inclusive, de rever essas obras. “A gente tem que pensar na renaturalização dos córregos, a gente pode pensar na descanalização”, afirma. Ela defendeu ainda a retomada do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte, que ficou conhecido como Drenurbs e visava a reintegração dos cursos d’água à paisagem da capital e não mais a canalização como única solução para a drenagem.
A candidata também propõe a criação de parques e mais áreas verdes, programas de proteção de nascentes, universalização da coleta seletiva e valorização dos catadores de material reciclável e iniciativas de incentivo à população para uso de sistemas de energia renovável e de captação de água da chuva.