Segurança
Eleições em BH: Bruno Engler quer armar toda a Guarda Municipal
Outra proposta do candidato é integrar a inteligência da corporação municipal com as polícias civil e militar
07/10/20 - 18h41
O candidato à Prefeitura de Belo Horizonte Bruno Engler (PRTB) tem na segurança pública uma das prioridades para uma possível gestão caso seja eleito na disputa do dia 15 de novembro. A principal proposta dele para essa área é integrar a inteligência da Guarda Municipal com as das polícias civil e militar, além de usar corporação municipal como “efetivamente um órgão de segurança”.
Ao citar episódios que ocorreram durante as restrições de circulação em Belo Horizonte, Engler considera que a Guarda Municipal tem sido usada como “órgão de tirania” para repreender pessoas que buscavam um alento ou o seu ganha pão durante a fase mais dura da pandemia.
“A Guarda tem sido usada para diversos aspectos, menos segurança pública. Para impedir a turma de caminhar na orla da Lagoa da Pampulha, para prender comerciante que está vendendo espetinho na avenida Bandeirantes. Isso não é o nosso objetivo. Nosso objetivo é usar a Guarda como órgão de segurança pública, com treinamento melhor, uma melhor capacitação, armando toda a Guarda Municipal, promovendo centros integrados de segurança pública com ampliação do programa Olho Vivo e a participação nesse programa das polícias civil e militar juntamente da Guarda”, afirmou.
Além disso, Engler quer posicionar viaturas e homens da guarnição municipal de forma estratégica para que se mitigue o crime em Belo Horizonte. “Muitas vezes o simples fato de ter ali uma viatura, um agente de segurança, vai inibir a prática de crime. A gente sabe que a polícia não consegue estar em todos os lugares de Belo Horizonte, a gente tem um aparato municipal importantíssimo que pode ser parceiro na operação de segurança pública. Então a nossa ideia é efetivamente tratar a guarda como órgão de segurança pública para melhorar a segurança dos belo horizontinos”, argumentou.
Questionado se o armamento completo da Guarda seria viável economicamente e tecnicamente na capital, o candidato disse entender que sim, principalmente pela necessidade dos equipamentos em um novo formato do órgão. Além de considerar que “basta dar um treinamento para todos os guardas usarem as armas” e que esse treinamento não demanda muitos recursos, Engler afirmou que não tem como um guarda abordar um criminoso apenas com um cassetete ou com o taser, arma de choque utilizada pela corporação na cidade. “Não tem a menor condição do guarda fazer isso. Então a arma é uma ferramenta para que o guarda possa exercer a sua função de operador de segurança pública”, disse.
Outra questão abordada com o candidato foi referente aos excedentes da Guarda Municipal que por vezes cobra a convocação por parte do Executivo. Embora considere como importante essa convocação, o candidato ressaltou que se eleito, pegaria um cenário econômico “muito difícil tanto no setor privado como na prefeitura”, mas que havendo a viabilidade financeira, tem a intenção de fazer o chamamento e, assim que possível, fazer mais concursos.
Parcerias e alternativas
Como a incumbência do Executivo municipal na segurança pública é restrita, Bruno Engler entende que parcerias com as outras esferas públicas são necessárias para uma melhor prestação do serviço à população. “Principalmente no âmbito do governo do Estado, que é responsável pela Polícia Civil e pela Polícia Militar”, afirmou.
O candidato ressaltou ter um bom relacionamento com o governador Romeu Zema (Novo) e excelente relacionamento com o comando das duas polícias estaduais em Minas. “A nossa ideia é usar o aparato municipal em conjunto com o aparato estadual. Acho que a partir do momento em que a gente reúne as inteligências das polícias e da Guarda, faz uma atuação conjunta ao invés de ficar batendo cabeça, a gente consegue um trabalho muito mais efetivo e melhor para a população”, afirmou.
O objetivo do candidato é a prevenção aos crimes. Em relação a presídios, Engler entende que Belo Horizonte não carece desses estabelecimentos no momento.
Além da atuação das forças de segurança na prática, o parlamentar vislumbra um incentivo à retomada econômica da capital como aliado também no combate à criminalidade. “Estatisticamente a gente sabe que com o aumento do desemprego, aumento de pobreza, miserabilidade, aumentam os crimes contra o patrimônio, muitas vezes esses crimes contra o patrimônio eles podem aumentar para crimes contra a vida. Como é o caso do latrocínio. Então a gente quer criar um cenário de retomada da economia do nosso município para que o setor privado consiga gerar oportunidade de emprego e consiga diminuir um pouco a questão da criminalidade para além da atuação repressiva do Estado”, ponderou.
Agenda
Nesta quarta-feira (7), Bruno Engler cancelou alguns compromissos da agenda para estender reuniões que ocorreram em um escritório no bairro Luxemburgo, região Centro-Sul da capital, onde tem realizado encontros para debater a sua campanha.
Um dos encontros, feito com a equipe de campanha e o deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL), durou a tarde inteira. O candidato avaliou que as reuniões precisavam ser feitas para “alinhar estratégias do seguimento da campanha”. Entre os assuntos debatidos estava a inauguração do comitê de campanha, que será na avenida Afonso Pena. “A gente está definindo qual vai ser o melhor dia e a melhor forma para essa inauguração”, contou.
Outro aspecto debatido entre a equipe do deputado estadual foi a organização da campanha de rua do candidato, que deve ser aprimorada nos próximos dias. O fortalecimento das redes sociais, que até o momento estão indo “muito bem” na visão do postulante ao Executivo, também foi apreciado.