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Eleições em BH: Engler faz balanço e diz que errou ao confiar em Fidélix

Candidato falou também sobre as urnas eletrônicas e que, independente do resultado, ‘não tem muito o que questionar’ por não ter auditorias

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 13 de novembro de 2020 | 15:59
 
 
 
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A dois dias da eleição municipal, o candidato à Prefeitura de Belo Horizonte Bruno Engler (PRTB) fez um balanço dos 47 dias de campanha que encontrou diversas dificuldades internas no partido, além de não ter tido tempo de rádio e televisão. Para o postulante ao Executivo da capital mineira, o maior erro foi ter acreditado em Levy Fidélix, presidente nacional da legenda e o maior acerto foi a campanha nas redes sociais, que o levou ao primeiro lugar no índice de popularidade digital (IPD).

“A avaliação que a gente faz da campanha é muito boa, nós enfrentamos dificuldades, dificuldades de não estar na televisão, dificuldade do meu partido estar atrapalhando e efetivamente jogando contra, mas mesmo assim conseguimos fazer uma bela campanha. Nós somos os primeiros em popularidade digital, nossa campanha de rede social foi muito bem feita, muito também graças a nossa militância que de fato compartilha o nosso conteúdo e carrega o nosso nome. Fizemos também uma campanha de rua onde a gente teve uma aceitação muito boa, muitas pessoas insatisfeitas com a atual gestão, querendo mudanças e que identificaram no nosso projeto a possibilidade de mudança para BH”, afirmou.

Perguntado se faria algo diferente, Engler foi objetivo: “não teria confiado no Levy Fidélix”. “Está me dando dor de cabeça até hoje”, contou.

O imbróglio entre os dois ocorre desde a fase das convenções partidárias. Engler afirma que fechou um acordo com Levy Fidélix para ter autonomia na montagem da chapa e da coligação na capital mineira e queria a coronel reformada Cláudia Romualdo como vice e chegou a fechar o apoio com o PSC. Um dia depois do partido cristão divulgar uma ata de convenção com a aliança, o diretório municipal do PRTB, com anuência do comando nacional, impediu a parceria e colocou Mauro Quintão, presidente da sigla em Belo Horizonte, na composição da chapa. A questão foi judicializada e, no momento, está na segunda instância do Tribunal Regional Eleitoral mineiro para ser discutida.

Nos últimos dias, por orientação do jurídico da campanha, Cláudia não compareceu às agendas ao lado de Engler, o que ocorria quase que diariamente há uma semana.

Confiança

O candidato voltou a falar que não acredita em pesquisas eleitorais – que apontam uma vitória em primeiro turno do prefeito Alexandre Kalil (PSD) – e, tal como outros candidatos, falou em “surpresa” no domingo da eleição. “Não vejo o Kalil com essa força toda e domingo nós vamos descobrir. Eu acredito que nós vamos ter uma surpresa nas urnas e você vai ter que me entrevistar mais no segundo turno”, projetou o candidato ao repórter.

Questionado como agiria se as urnas apresentarem resultados semelhantes aos das pesquisas, Bruno Engler afirmou que “infelizmente sempre tem chance de fraude com essas urnas eletrônicas que não tem como auditar” e relembrou um projeto de lei apresentado pelo então deputado federal Jair Bolsonaro para a criação de um voto impresso. “É uma coisa simples, que é colocar uma impressora junto à urna para o eleitor verificar se o seu voto está correto no papel impresso, esse papel é depositado na urna e depois a gente teria possibilidade de conferir. Mas independente de qual for o resultado, a urna que não tem como auditar, não tem muito o que questionar, mas independentemente de ter segundo turno, não ter segundo turno, eu estar no segundo turno, a gente nunca tem segurança com a Smartmatic. Mas a gente trabalha com o que a gente tem e espero que não tenhamos problemas e que o resultado seja positivo”, disse.

Já ao ser indagado se aceitaria o resultado, ainda que seja uma vitória de Kalil no primeiro turno ou um segundo turno sem a presença dele, Engler disse que sim, por “não ter o que fazer” e citou o exemplo dos Estados Unidos, já que o presidente Donald Trump pediu a recontagem dos votos. Para o deputado estadual mineiro, no Brasil, “o Tribunal eleitoral passa o resultado da urna e temos que aceitar, é uma situação muito complicada”.

Smartmatic

O Tribunal Superior Eleitoral já desmentiu, em campanhas anteriores, que as urnas eletrônicas são fabricadas pela empresa Smarmatic. “As urnas eletrônicas brasileiras foram projetadas por técnicos a serviço da Justiça Eleitoral e são produzidas, sob a sua direta coordenação, por empresas selecionadas por meio de processos licitatórios públicos e de ampla concorrência”, disse a Corte por meio de nota no último pleito.

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