Eleições 2020

Em Nova Lima, mesmo com adaptações candidatos avaliam campanha positivamente

Devido à pandemia de Coronavírus concorrentes à prefeitura mesclaram atos presenciais com menos apoiadores e ações virtuais

Por Bruno Menezes
Publicado em 14 de novembro de 2020 | 06:00
 
 
 
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Uma campanha tradicional e que também teve que se reinventar com a pandemia de Covid-19 para garantir a segurança dos candidatos e da população. Assim foram os últimos 45 dias dos sete candidatos à Prefeitura de Nova Lima, na região metropolitana. Reforço no investimento na presença digital e caminhadas com grupos reduzidos de apoiadores foram as principais alternativas encontradas pelos concorrentes para apresentar suas propostas aos mais de 73,6 mil eleitores nova-limenses. Às vésperas da votação, uma chapa aparece sob júdice, e os postulantes intensificam as ações em bairros onde acreditam que possam ter mais votos. 

Apesar das adaptações, a maioria dos candidatos considera que, dentro das possibilidades, foi possível apresentar os planos de governo. “Fomos sempre recebidos com carinho e respeito. Desde o início do processo eleitoral, eu disse que queria uma campanha que tratasse das necessidades das pessoas e dos desafios da cidade, e fizemos isso”, disse João Marcelo Dieguez (Cidadania).

O vereador Wesley de Jesus (DEM) contou ter percebido que a população deu mais ouvidos às propostas neste ano. “Foi uma campanha bonita, alegre, positiva, limitada pela questão da Covid-19, mas que vai marcar novas posturas. As pessoas prestaram mais atenção no estava sendo falado”, relatou.

O advogado Dr. Juarez (Solidariedade) também avaliou positivamente a campanha. “Foi muito boa, nós percebemos o apoio da população de Nova Lima nos mais diversos lugares que visitamos e estamos muito satisfeitos”, pontuou. 

Carlinhos Rodrigues (PDT) lamenta que não tenha conseguido colocar uma campanha com mais visibilidade nas ruas. “Foi uma campanha tardia, pequena e ancorada na nossa história, no trabalho realizado como prefeito. Não tivemos condições de colocar uma campanha de visibilidade nas ruas, mas estamos tentando tapar o sol com a peneira”, disse.

A falta de recursos foi o desafio destacado por parte dos postulantes. “Tem sido uma campanha difícil, de pouco recurso. Mas também fizemos uma caminhada limpa, verdadeira, mostrando o que realmente importa: propostas”, pontuou o Soldado Flávio de Almeida (PT).

A mesma linha foi destacada por Jobert Jobão (UP). “Nas ruas, sentimos um retorno muito positivo. Isso é muito importante, porque lutamos contra um poder muito forte, as outras campanhas são milionárias”, explicou.

 Já Sérgio Americano Mendes (Podemos) disse estar confiante em relação ao trabalho feito. “As perspectivas são muito boas, porque tivemos um crescimento de popularidade forte nas últimas duas semanas”, afirmou.

Relembre

Em 9 de outubro, pesquisa  DataTempo/CP2, a mais recentemente contratada pela Sempre Editora, mostrou Wesley de Jesus com vantagem numérica, obtendo 21,4% das intenções de voto. O segundo lugar ficou com João Marcelo, que obteve 16,6%; e, em terceiro, veio Carlinhos Rodrigues, com 16,4%. Dr. Juarez registrou 14%, e Soldado Flávio de Almeida, continuou 6%. A margem de erro do levantamento, registrado no TSE sob número MG 04266/2020, é de 4,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

 Amanhã vai ser revelado aquele que conseguiu se sobressair e vai ser eleito prefeito de Nova Lima.

Liminar dá fôlego à candidatura de ex-prefeito da cidade 

Com a chapa judicializada, a campanha de Carlinhos Rodrigues (PDT), ex-prefeito de Nova Lima, ganhou fôlego anteontem. A desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), concedeu uma liminar suspendendo os efeitos da condenação criminal proferida pela terceira turma da Corte contra o ex-prefeito. Carlinhos pediu na Justiça a revisão da sentença, e a decisão liminar vale até que o mérito seja julgado. 

No processo, Carlinhos Rodrigues foi condenado criminalmente por utilizar, em proveito próprio, recursos que seriam destinados a um convênio firmado entre o município e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O ex-prefeito pediu a revisão da pena, e a desembargadora concedeu a liminar.

“Diante da proximidade do pleito eleitoral de 2020, concedo a liminar para suspender os efeitos da condenação contida nos autos da Apelação Criminal, até o julgamento de mérito do presente feito”, argumentou a desembargadora na decisão.

O candidato informou que acredita que vai conseguir reverter o indeferimento da chapa na Justiça Eleitoral. “Nós apresentamos as provas, e o objeto da condenação estava equivocado”, afirmou Carlinhos Rodrigues.

Postulante acredita que vai “sepultar” as condenações

Apesar da liminar que suspende os efeitos da condenação no processo criminal no TRF-1, Carlinhos Rodrigues tem duas outras condenações que o tornariam inelegível, pela Lei de Ficha Limpa. Enquanto prefeito de Nova Lima, ele executou obras e contratou construtora sem licitação, o que lhe rendeu oito anos de suspensão de direitos políticos, em 2017. 

Em 2015, Carlinhos foi condenado por superfaturamento na compra de um veículo em licitação. A sentença determinou três anos de suspensão dos direitos políticos a partir de quando o processo estivesse com trânsito em julgado, o que ocorreu em junho último. 

“É perfeitamente passível de ser superado, porque era uma diferença de R$ 4.000 na compra de um carro para uso do gabinete do prefeito. Vamos praticamente sepultar esses processos e, se ganharmos a eleição, também ganhamos a plenitude de ser diplomado e assumir”, disse.

Cobertura

No dia 15 de novembro, acompanhe em O TEMPO a apuração das eleições 2020 em Nova Lima, ou encontre outras cidades de Minas Gerais.

 

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