Eleições em BH

João Vítor Xavier propõe reduzir déficit habitacional com prédios abandonados

Ele também quer rever o Plano Diretor de Belo Horizonte e retomar programas de urbanização de vilas e favelas

Por Thaís Mota
Publicado em 02 de outubro de 2020 | 18:30
 
 
 
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Uma das propostas do deputado João Vítor Xavier (Cidadania) para solucionar o problema de moradia em Belo Horizonte é a utilização de prédios abandonados do centro da capital mineira para a construção de habitações. Mas, para isso, o candidato defende também que haja uma revisão do plano diretor associada à revitalização do centro da capital.

“Nós temos muitos edifícios, principalmente na área central da cidade, que estão abandonados e que empreendedores privados têm muitas dificuldades de fazer, por exemplo, processos de retrofit  (termo utilizado pela construção civil para se referir ao processo de revitalização de edifícios) nesses prédios. Muitos prédios antigos comerciais poderiam se transformar através do retrofit em edifícios residenciais, mas há uma dificuldade imensa por causa da burocracia da prefeitura. Então, temos que rever alguns conceitos urbanísticos de Belo Horizonte no que diz respeito ao centro” afirma.

Além da questão burocrática que, segundo o candidato à prefeitura de BH, inviabiliza a adaptação de prédios comerciais em residenciais, ele também afirma que houve uma desvalorização das áreas centrais da capital. 

“É preciso transformar o centro de Belo Horizonte novamente em um lugar habitável, fazer requalificação de áreas como Bonfim e Lagoinha, Carlos Prates, Floresta e Barro Preto, bairros que são muito importantes para Belo Horizonte e que são muito centrais e que estiveram abandonados nos últimos anos e nas últimas décadas em especial pelas dificuldades impostas pelo plano diretor de BH”.

Outra proposta defendida por João Vítor é a construção de uma política habitacional destinada em parceria com a União e a iniciativa privada e a retomada de um plano de urbanização de vilas e favelas e também com programas habitacionais. 

“Eu sou admirador do processo do antigo Vila Viva, que foi importante para BH, e que precisa ser retomado em outros moldes, em especial com parcerias público-privadas, com operações urbanas consorciadas trazendo também o investimento privado para amortizar o custo da prefeitura e facilitar que a prefeitura tenha recursos para investir nessa área”, disse.

Ocupações urbanas

Belo Horizonte tem várias ocupações urbanas, sendo a Ocupação Izidora, na região Norte da cidade, uma das maiores da América Latina. Mas, ao ser questionado sobre o tema, o candidato do Cidadania foi categórico ao criticar o que chama de “invasões”. 

“Eu acho que o patrimônio privado tem que ser respeitado. As pessoas trabalham, constituem seu patrimônio e se o patrimônio for privado, regular e reconhecido pelo município, Estado e União, esse patrimônio tem que ser respeitado. A propriedade privada tem que ser garantida e ela é garantida pela Constituição do país. Então, nós não podemos viver numa cidade que fortaleça as ocupações como modelo habitacional”, afirmou.

Ele disse ainda que a prefeitura não pode fortalecer as ocupações e alegou que esse tipo de moradia acaba trazendo outros problemas, além de não reduzir o déficit habitacional, uma vez que não garante condições dignas de moradia. 

“As invasões levam a outro problema que é a precariedade das habitações, a falta de estrutura, a falta de poder público. Então, esse não é, definitivamente um caminho para se construir uma solução para o déficit de moradia em BH”, concluiu.

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