Eleições 2020
Palco de assassinato, Patrocínio tem apenas um candidato à prefeitura registrado
Prazo termina neste sábado (26); candidato é o atual prefeito, Deiró Marra, irmão do assassino do pré-candidato Cássio Remis
25/09/20 - 21h35
Na véspera do encerramento do prazo para registro das candidaturas na Justiça Eleitoral, Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, tinha apenas um candidato oficialmente registrado. A cidade, palco de uma disputa política que acabou em morte na última quinta-feira (24), contava, até a noite desta sexta-feira (25), com apenas um nome para concorrer ao comando da prefeitura: o do atual prefeito, Deiró Marra (DEM), irmão de Jorge Marra, assassino de Cássio Remis (PSDB).
Em entrevista coletiva pouco após o crime, o candidato à reeleição já confirmava seu nome para a disputa e dizia que o episódio não afetaria sua candidatura nem seu desempenho nas urnas. Procurado na sexta-feira pela reportagem, ele não se pronunciou. Mesmo com a negativa dos políticos que devem participar da corrida eleitoral, a expectativa nos bastidores é que a campanha circule em torno do assassinato.
No páreo
Deiró concorre à reeleição ao lado de Ailon Luiz (PL) na coligação Patrocínio não Pode Parar, que reúne outros sete partidos: PP, Podemos, PTB, PMB, PSC, PDT e PROS. Luiz foi chefe de gabinete e depois secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, mas deixou o cargo para disputar a eleição. A coligação era a única registrada no sistema eletrônico da Justiça até às 21h.
Mas, além de Deiró, os diretórios municipais da cidade referendaram outros dois pré-candidatos à prefeitura. Pela Coligação Patrocínio Quer, Pode e Terá Mais, Gustavo Brasileiro (PSD) concorre ao lado da presidente municipal do Cidadania, Marly Ávila. Fazem parte da mesma frente PSD, Avante, Republicanos, PSL, Patriota, PSB, PV e MDB.
Brasileiro foi eleito vice de Deiró em 2016, mas deixou o cargo dois anos depois para concorrer a uma vaga de deputado federal, para a qual ficou como suplente. Procurado ontem, ele não quis se pronunciar. Segundo o presidente municipal da sigla, Márcio Manoel de Oliveira, ele estava abalado com o assassinato de Remis.
Já o PT optou por uma chapa puro-sangue, encabeçada pelo presidente do partido, João Batista Dias, com o vendedor ambulante João Batista Ferreira como vice.
Dias também se disse consternado com o crime, mas afirmou que a tragédia não deve alterar a estratégia de campanha da legenda. “Não vamos nos aproveitar do caso. Alguém pode tentar fazer isso, mas nós queremos levar nossas propostas para a população, que foi muito afetada pela pandemia e pelo desemprego nos últimos tempos”, ressaltou.
Legislação
Os partidos têm até este sábado (26) para informar à Justiça Eleitoral os nomes dos candidatos para que eles possam disputar a eleição. No caso do registro presencial, o prazo é até as 19h. Para as legendas que optarem pela oficialização pela internet, ele termina mais cedo, às 8h.