Eleições em BH

Plano de governo de Áurea traz propostas para pessoas com deficiência

Candidata propõe melhoria na acessibilidade e também trata da inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho

Por Thaís Mota
Publicado em 11 de novembro de 2020 | 14:00
 
 
 
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Assim como no caso da população LGBTQIA+, das mulheres, dos jovens, dos povos indígenas e população negra, o programa de governo apresentado pela campanha de Áurea Carolina (PSOL) para Belo Horizonte traz propostas específicas para as pessoas com deficiência.

Essa divisão, segundo ela, destaca as singularidades de cada grupo para buscar garantir sua inclusão. “As pessoas com deficiência têm uma série de restrições em função da sua condição porque não há políticas públicas para garantir a inclusão. Então, essas restrições que são resultado de uma realidade discriminatória precisam ser superadas”.

As propostas passam por melhoria na acessibilidade nos espaços públicos, mas também por inclusão no mercado de trabalho, além de medidas de combate à discriminação. “Mais do que ter acessibilidade, com adaptação de calçadas, de elevadores, e equipamentos que são de circulação, a gente tem que pensar no reconhecimento desses sujeitos. Pensar numa política de emprego e renda que vai ser afirmativa, porque muitas vezes no mercado de trabalho há uma segregação mesmo, uma desvalorização dessas pessoas”.

Já na educação, ela também pensa em medidas que permitam o acesso às escolas de pessoas com todos os tipos de deficiência. “Na política educacional, há uma série de barreiras, para pessoas surdas, cegas, cadeirantes. Cada deficiência traz necessidades que precisam ser atendidas: o movimento de pessoas surdas, por exemplo, fala de uma educação bilíngue e sobre como que a gente pode ter classes e escolas bilíngues (Libras) em Belo Horizonte no sentido de uma educação inclusiva de fato".

Ainda segundo ela, nenhuma dessas medidas pode ser implantada sem a participação da população com deficiência. “Nenhuma política pública pode ser realizada sem conhecer de perto o que que essas pessoas vivem. Então, pessoas que não têm deficiência muitas vezes tem uma forma ‘capacitista’ de lidar com esse público”, afirma.

E completa, falando sobre a importância também de um outro olhar sobre a população com deficiência. “Precisamos de uma educação pra todo mundo também, ter outra postura e, aí, de verdade, criar uma cidade em que ninguém vai sofrer nenhum tipo de restrição por ser quem é”, conclui.

Política integrada

Apesar de trazer propostas em separado para diversos grupos de pessoas em seu plano de governo, Áurea ressalta que não é possível uma política isolada para cada grupo porque as pessoas pertencem a mais de um deles. 

“A pessoa não é só mulher, não é só jovem, são muitas marcas que se combinam na singularidade da pessoa, e é esse olhar que precisa ser forma de governo. Ter uma atenção que traga a pessoa na sua integralidade, sem ficar criando frações, como se uma hora fosse pessoa com deficiência, outra hora fosse mulher, outra hora fosse pobre. Não, é tudo isso ao mesmo tempo e o serviço público tem que dar conta dessa complexidade”, disse.


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