Despedidas
Adeus a lendas do esporte
Jogos do Rio podem marcar a despedida olímpica de grandes nomes, como Michael Phelps e Usain Bolt
A Rio 2016 ainda não começou, mas já se sabe que ela ficará marcada como a última edição de Olimpíadas de verdadeiros monstros do esporte. Michael Phelps, maior medalhista da história dos Jogos, e, provavelmente, Usain Bolt, que busca o inédito tri nos 100 e 200 m rasos, são algumas das lendas que sairão de cena para entrar para a história. Bicampeão olímpico, o brasileiro Robert Scheidt também já avisou que fará suas últimas regatas em agosto.
O momento de parar costuma ser custoso. Depois de se aposentar em Londres 2012 e retornar às piscinas em 2014, Phelps obteve três vagas individuais na seletiva dos Estados Unidos e pode brigar por até seis medalhas de ouro no Brasil. Está pronto para encerrar a carreira aos 31 anos no alto do pódio. Bolt vai se despedir após o Mundial em 2017, plano feito antes das lesões recentes.
Mas a proximidade da aposentadoria não diminui a competitividade de Phelps, que estará no Rio para aumentar sua coleção de medalhas, já que as condições física e emocional do nadador ainda o colocam no topo.
“O cara, praticamente, foi modificado geneticamente. Ele tem uma distribuição corporal perfeita, um fator fisiológico de recuperação muito bom, treina muito bem, e um grande diferencial é a cabeça: sabe manter a calma”, lista o nadador minastenista Ítalo Manzine, 24, que participará da disputa dos 50 m livre.
Detentor de três recordes mundiais (100 m borboleta, 200 m borboleta e 400 m medley), Phelps vai brigar por até seis medalhas e luta para ser o primeiro tetracampeão na história dos 200 m medley. Mesmo assim, ele mostrou certa frustração após a seletiva americana.
“Apesar de vencer, não consigo nadar no mesmo ritmo e velocidade do passado. Nesta fase da carreira, não ponho limite de tempo ou metas, mas sei que posso fazer melhor”, afirmou Phelps.
No auge ou em fim de carreira, ele será sempre uma referência. “Já tive a oportunidade de competir com ele, de ganhar duas vezes na minha prova de 100 m livre – algo que carrego com muito orgulho –, mas ele é um cara para quem Deus deu um talento enorme e é de uma dedicação gigantesca”, pondera o nadador do Minas Nicolas Oliveira, 28. (Com agências)
Fôlego para últimos sprints
Sobre Usain Bolt, as certezas desaparecem. A Federação Jamaicana de Atletismo evita projetar o fim da carreira do astro. O técnico Glen Mills reconhece que Bolt estava em melhor forma física em Londres 2012. “A prioridade é melhorar”, avisou.
Michael Fennell, presidente da Associação Olímpica da Jamaica, também coloca sua opinião na condicional. “Uma vez que Bolt esteja em forma, ele estará no topo”, afirmou. Os brasileiros são mais otimistas. “Não dá para ter dúvidas sobre o Bolt. Se ele se apresentar, será favorito”, analisa Antonio Carlos Gomes, superintendente de alto rendimento da Confederação Brasileira de Atletismo.
“Ele é um espetáculo, e é disso que precisamos”, completou.
Em busca do recorde
Dono de cinco medalhas olímpicas (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze), Robert Scheidt é o maior medalhista brasileiro, ao lado do também velejador Torben Grael. Para o Rio, no entanto, uma nova conquista será um desafio. “Conquistar uma medalha de ouro aos 43 anos, em casa, diante da família e da torcida, e poder encerrar mais um ciclo da minha carreira é um sonho”, destacou.