ROUPAS RETIDAS EM ISRAEL
Defensor da causa palestina chama bloqueio de uniformes de "molecagem"
Presidente do Instituto da Cultura Árabe do Brasil condena postura da alfandega israelense, que impediu atletas de embarcarem com uniformes e equipamentos para o Brasil
Dois dias depois da divulgação que os atletas palestinos vindos para as Olimpíadas foram impedidos, pela alfandega de Israel, de de trazer uniformes e equipamentos. O material foi liberado para ser despachado para o Rio de Janeiro, nesta terça-feira, informou o Consulado Geral de Israel em São Paulo. Entretanto, a postura israelense foi encarada como "um ato de molecagem" pelo presidente do Instituto da Cultura Árabe do Brasil, José Farhat.
Farhat descreve a postura de Israel como algo que não não condiz com a atuação de um governo. "Eles vem recorrendo a atos que absolutamente não são atos de governo", descreveu. Ele conta que situações semelhantes ocorrem com frequência nos aeroportos israelenses. "Até mesmo representantes religiosos da Palestina são obrigados a tirar a roupa para serem revistados", descreve.
O consulado israelense alega que "a demora na liberação dos uniformes aconteceu porque o oficial da alfândega palestina estava doente". O governo de Israel negou a situação fosse um boicote aos palestinos. Inicialmente funcionários da alfândega israelense negaram ter qualquer informação sobre o assunto e prometeram investigar o caso, versão que só mudou após a divulgação do caso.
Diante do problema, os seis atletas da Palestina estão considerando a possibilidade de comprar no Brasil as roupas que vão ser usadas na sexta-feira, já que até o momento não existe prazo para a chegada do material.Esta é a sexta vez que a Palestina participa de uma Olimpíada, com dois atletas na natação, dois no atletismo, um no hipismo de adestramento e um no judô.