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Abrindo mão do sono

Simulador de altitude é trunfo de brasileiro no triatho olímpico

Mineiro Diogo Sclebin precisou mudar rotina noturna para melhor condição física

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diogo sclebin simulador de altitude
Sclebin afirma que retorno existe, mesmo não se sentindo 100% recuperado após o sono
PUBLICADO EM 17/08/16 - 23h19

 

De longe, uma brincadeira de criança parece estar sendo revivida pelo triatleta Diogo Sclebin, mas trata-se de algo sério e que pode lhe ajudar a ter um bom desempenho na Olimpíada do Rio de Janeiro nesta quinta-feira.

Várias das suas noites de sono estão sendo passadas em uma pequena cabana, que diminui a quantidade de oxigênio no recinto, graças a um aparelho que fica do lado de fora. A câmara hipobárica, como é conhecida, diminui a porcentagem do ar, fazendo com a resistência do atleta aumente nos dias seguintes.

"É um simulador de altitude que propicia um ganho de performance. O corpo vai se acostumando a uma situação para que a capacidade do oxigênio chegar aos músculos seja maior", resume Sclebin.

Depois de usar o equipamento por três semanas no mês de março, ele voltou a utilizá-lo nas últimas semanas. "Fico dentro dessa câmara cerca de 10h por dia, abrindo mão do contato com a família, por exemplo. É uma espécie de casulo, bem desagradável. O sono não é tão confortável, muitas vezes demoro a dormir e acordo ofegante no meio da noite. Não se trata se um sono reparador, que faz com que você acorde inteiro no outro dia", relata.

Tanto agora como da outra vez, Sclebin sentiu a perda de peso como uma das consequências. Para ele, o benefício é maior na corrida e na prova de ciclismo, já
que a natação depende mais da força muscular.

"Nos treinos eu sinto uma grande diferença e percebo que a minha capacidade pulmonar está boa. No entanto, o descanso de uma noite bem dormida não é perceptível. Parece que você passou a noite em claro, já que o sono não foi tão bom. Mas é algo que sabemos que serve para melhorar o desempenho nas provas", indica.

O alto investimento do aparelho fez com ele Sclebin dependesse da ajuda da Coca-Cola, um dos seus patrocinadores, para poder utilizá-lo.

Para ele, o ideal seria dormir na tenda até cinco dias antes das competições para voltar a se ambientar a situações normais de sono e treino. No Rio de Janeiro, no entanto, isso não será possível. "Passei apenas dois dias em BH antes de ir pro Rio. Voltei, recentemente, de uma prova em Montreal e não seria tão benéfico. Poderia até mais atrapalhar do que ajudar, já que o desgaste poderia ser maior. Além disso, o equipamento é pesado e daria trabalho para levá-lo em viagens, correndo o risco, também, de danificá-lo", justifica.

A cada noite, Sclebin verifica a porcentagem de oxigênio no sangue por meio de um aparelho que fica ligado a um dos seus dedos.

Com os tops

Nas últimas semanas, Sclebin disputou três provas de nível internacional no Canadá, Alemanha e Suécia. "Competi ao lado dos melhores do mundo. Sentir o ritmo deles e estar ao lado de um ambiente tão competitivo foi muito favorável. Este contato direto com os tops poderá me ajudar na Olimpíada", projeta.

De surpresa. Recentemente, Sclebin foi surpreendido com a campainha da sua casa tocando às 5h. Na porta, dois representantes da Wada, agência internacional anti-doping. No ano passado, ele passou por cerca de 15 testes parecidos.

Todos os atletas olímpicos precisam fazer um cadastro no site da entidade, informando onde estarão durante pelo menos uma hora do dia. Como fica muito tempo fora de casa, principalmente treinando, o triatleta registrou um horário bem cedo, antes da sua saída rotineira para os treinos, às 6h.

"Em meia hora, fizeram o exame. Se eu tive que fazer, é porque estou na lista dos que possuem condições de incomodar. Eles perguntam se estamos usando algum simulador de altitude e eu até mostrei para eles a cabana. É bom informar porque o resultado vai apresentar um nível maior de glóbulos vermelhos no sangue", salienta. 

Rádio Super

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