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Não para!

Na beira da quadra, Bernardinho foi da tensão à explosão do ouro

Treinador mostrou tradicional postura para fazer jogadores irem além do seu limite

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Bernardinho
Bernadinho mantêm a postura inquieta no comando da seleção masculina de vôlei e chega ao pódio pela sexta vez
PUBLICADO EM 21/08/16 - 15h47

Rio de Janeiro. O técnico Bernardinho é o nome por trás de um time que chegou ao seu segundo ouro olímpico depois de quatro finais seguidas.  Feito para poucos, confirmado neste domingo, com triunfo sobre a Itália, no Maracanãzinho, por 3 a 0 (25/22, 28/26 e 26/24).

A pressão externa unida à sua própria, para que qualquer detalhe seja corrigido incessantemente, deu a certeza que tudo poderia ser conquistado. Em qualquer situação. Mesmo com a classificação tendo que ser buscada na última rodada contra os franceses, campeões mundiais.

Os puxões na camisa e mordidas na própria mão escancaram um frenesi de um eterno insatisfeito, que não chegou a seis pódios em Jogos à toa. Ninguém chega. Em uma final olímpica, era de se esperar ataques seguidos de fúria a cada ponto, contra ou a favor. Bernardinho não para. Não consegue. Desde o aquecimento, lá está ele, agitado e ansioso.

O início do jogo o deixa inquieto, precisando ficar apenas na área determinada aos treinadores. Isso não o impede de ir de um lado para o outro e tirar e colocar os óculos e fone de ouvido seguidas vezes. Os olhares para o telão são frequentes, não precisando ter um replay ou desafio para erguer a cabeça em busca de uma informação a mais.

Estar parado, com as mãos para trás durante boa parte do jogo, só observando o que se passa na sua frente, deve ser um dos maiores desafios para Bernardinho.

O contato com os jogadores vai além dos de camisa amarela. A cada lance duvidoso, ele sinalizava e gesticulava em busca de um entendimento. Discordâncias, inclusive com o treinador adversário, foram frequentes, logo esquecidas para o ponto seguinte.

Nos momentos de explosão com pontos do Brasil, ele parecia estar em quadra. Não podia esquecer da sua área restrita, precisava se conter.

Como se fosse possível. Nos erros do seu time, um olhar era mirado para um ou outro jogador, que preferia não retribuir o gesto, contabilizando um puxão de orelha a menos. A vontade do treinador devia passar muito perto de uma invasão, fazendo-o pedir calma para alguém ou quem sabe para si mesmo. 

Mesmo ‘pilhado’, Bernardinho conseguia mostrar controle em muitos momentos, com conversas ao pé do ouvido nos pedidos de tempo e atenção exclusiva para um ou outro jogador.

Sua postura é algo natural e necessário, presente desde sempre. A prata de 1984 foi apenas o caminho aberto para uma carreira olímpica de destaque, indo além dos pódios. O reconhecimento da sua influência no resultado final de cada conquista é o maior prêmio que um treinador pode receber.

Os seis pódios olímpicos de Bernardinho

Olimpíada de 1984 – Los Angeles – prata como jogador

Olimpíada de 1996 – Atlanta – bronze como técnico da seleção feminina

Olimpíada de 2004 – Sidney – ouro como técnico da seleção masculina

Olimpíada de 2008 – Pequim – prata como técnico da seleção masculina

Olimpíada de 2012 – Londres - prata como técnico da seleção masculina

Olimpíada de 2016 – Rio de Janeiro – ouro como técnico da seleção masculina

 

Rádio Super

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