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CONTOS OLÍMPICOS

O dia em que o rei Emanuel entregou seu legado ao pupilo Alison

Na Rio 2016, o agora comentarista de TV viu seu ex-parceiro faturar o ouro que tinha escapado quatro anos antes no vôlei de praia

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Emanuel Alison Bruno Schimdt
Observado por Bruno Schimdt, Alison dá o primeiro abraço em Emanuel após a conquista do ouro
PUBLICADO EM 06/09/16 - 10h00

Rio de Janeiro. De braço esquerdo erguido e os dedos entreabertos, o campeão olímpico Emanuel manda sua vibração para as areias de Copacabana. Na quadra, Alison, ao lado de Bruno Schimdt, tem a medalha de ouro no peito, pisa no degrau mais alto do pódio e aponta para as tribunas de transmissão. Quatro anos depois de uma prata doída em Londres, o mais velho sente-se orgulho por tudo o que fez para seu ex-parceiro e agora pupilo.

Foto: Thiago Nogueira
emanuel alison bruno
Do posto de comentarista, Emanuel acena para os campeões olímpicos

A transição está feita, o ciclo dourado se completa. Campeão em Atenas 2004, bronze em Pequim 2008 e prata em Londres 2012, Emanuel, que se despediu das quadras neste ano, é o maior jogador do Brasil nas areias. Na Olimpíada de quatro anos atrás, fez dupla com Alison, mas tive que se contentar com o segundo lugar depois de ficar por três vezes a um ponto da glória no tie-break.

“Eu acredito no valor do esporte. Não é só o Alison que eu conheço, porque o esporte vôlei de praia foi marcado. Estou no vôlei de praia há 25 anos e fico feliz do esporte fazer a sua evolução”, ressaltou Emanuel ao Super FC, no Rio de Janeiro, no dia do último ato da arena de Copacabana.

No vestiário, o abraço demorado e emocionado de Alison e Emanuel contagiou a todos que presenciaram a cena. “É a satisfação de ver um amigo verdadeiro ser campeão olímpico. Nós tivemos grandes momentos juntos e, juntos, construímos uma história. Muito feliz por ele ter conquistado um feito inédito dentro do Brasil”, ponderou Emanuel, hoje comentarista de TV.

Alison tentou encontrar palavras para agradecer os ensinamentos. “Ele me ensinou a ter garra, a pensar, como tratar a bola dentro de quadra, como acreditar nos seus sonhos. E ele estando aqui, presente, narrando o nosso jogo, é uma realização de um sonho. Devo muita coisa a ele,  e ele sabe disso”, agradeceu o mais novo campeão olímpico.

Para Emanuel, o ouro de Alison foi questão de amadurecimento. “Ele conseguiu melhorar o processo que tínhamos feito para Londres, trouxe o Bruno junto. Com a experiência que teve junto comigo, conseguiu evoluir e ser campeão. Esse também é um orgulho meu”, destacou.

Nome e sobrenome campeão

De família com fortes raízes esportivas, Bruno Schmidt teve no pai o grande incentivador. Luiz Felipe Schmidt era jogador de vôlei e passou a jogar na praia com o filho que, mesmo pequenininho, não tinha medo de enfrentar os adultos. “Foi aí que ele aprendeu a jogar contra os caras maiores”, contou o tio Tadeu, apresentador de TV.

O garoto, hoje com 1,85 m, Bruno sempre teve estatura baixa para os padrões do esporte e viveu muito preconceito por conta disso. Se não fosse o pai, o sonho dourado não se transformaria em realidade. 

“Eu comentava com meu pai que não vou ficar perdendo tempo porque meus amigos já estão todos formados e eu estou insistindo numa coisa que não sou bem-vindo, ninguém me quer. E ele nunca deixou eu permanecer nesse pensamento e parar”, ressaltou Bruno, emocionado.

Foto: Thiago Nogueira
Luiz Felipe Schmidt
Luiz Felipe Schmidt é o grande incentivador do filho Bruno

Fazendo jus à função de protetor, Luiz Felipe insistiu. “Fui até um pouco egoísta de vê-lo continuar jogando, que não poderia deixar isso acabar. Queria-se até estabelecer limite de tamanho na confederação e ele só não parou de jogar porque apresentava resultados. Ele superou diversos paradigmas”, contou.

Rádio Super

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