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Cheio de atrativos, goalball vira sucesso de público na Paralimpíada

Modalidade atraiu os torcedores por suas curiosidades e pela boa campanha da seleção brasileira

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PUBLICADO EM 16/09/16 - 18h55

Um esporte adaptado, baseado nas percepções tátil e auditiva dos atletas e feito especificamente para pessoas com deficiência visual. A curiosidade, as regras, a forma como o jogo acontece, além de acompanhar de perto e poder torcer para o Brasil, foram as principais razões que fizeram do goalball uma das modalidades que mais chamaram a atenção do público nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Somado a isso, está o sucesso da seleção brasileira masculina e feminina. O time masculino conquistou a medalha de bronze ao bater a Suécia por 6 a 5, nesta sexta-feira. Já a equipe feminina terminou em quarto, após perder de 3 a 2 para os Estados Unidos na disputa do bronze.

A lamentação dos atletas brasileiros ficou pela perda na semifinal e a chance de se disputar o ouro. No entanto, todos festejaram a oportunidade de divulgação da modalidade no país e pelo fato de as pessoas conhecerem e acompanharem o esporte, que é tão emocionante.

“O Goalball é a única modalidade criada somente para pessoas com deficiência. Quem conhece se apaixona porque é um jogo muito intenso. A cada 10 segundos, é uma possibilidade real de mudança no placar. A adrenalina vai lá em cima e isso que faz com que nós jogadores nos apaixonemos e todas as pessoas que conhecem se apaixonem também”, afirma a atleta da seleção brasileira Simone Rocha.

O técnico da seleção feminina Dailton Nascimento falou da sensação diferente que sentiu na competição em solo carioca. “Tenho 25 anos de goalball. Estive em Pequim também, como técnico da seleção masculina. Mas era uma torcida fria. Tinham muitas pessoas em quadra, mas não tinha esse calor, essa energia brasileira nos empurrando o tempo todo. Está sendo maravilhoso. O goalball era uma modalidade muito fechada entre clubes e escolas de cegos no Brasil. Agora, não. Agora expandiu, a sociedade tomou conhecimento sobre a modalidade, sobre a potencialidade de uma pessoa cega na prática do esporte. Essa visibilidade foi maravilhosa para o crescimento do goalball brasileiro”, analisa.

Os torcedores que estiveram presentes na Arena do Futuro, no Parque Olímpico, vieram pela curiosidade e acabaram se impressionando. “É a primeira vez que eu venho porque minha namorada fez o curso de árbitra de goalball e sempre me falava sobre a modalidade. É um dos esportes que a gente mais quer ver por causa da curiosidade, para conhecer as regras, como os atletas se portam em quadra, como são os arremessos, as defesas, como um deficiente visual se porta no jogo. É bem interessante”, afirma o professor Marcelo Costa, de 24 anos, que veio de Brasília.

A atriz Juliana Guimarães, 43, afirma que também veio pela curiosidade e disse que o goalball ajuda a pensar sobre o comportamento do brasileiro nas disputas esportivas. “Queria conhecer a Arena do Futuro e nos horários que eu tinha disponíveis, era essa a competição que eu achei que podia ser mais interessante. Vim pela curiosidade também. É uma competição emocionante, muito bacana. E ainda tem essa coisa brasileira de se manifestar durante os lances de um jogo, o que no Goalball não pode. É interessante por essa questão da mudança de comportamento também”, conclui.

Visibilidade

O público brasileiro torceu, vibrou acompanhou e compareceu em peso aos jogos do goalball durante os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. As atletas da seleção brasileiras lamentaram não poder presentear a torcida que tanto apoiou com o ouro, mas ficaram muito felizes com o sucesso do esporte nas Paralimpíadas.

Agora que o público conhece a modalidade, a jogadora Simone Rocha torce por uma visibilidade maior. “Nosso goalball só não é mais difundido ainda porque não teve oportunidade. A oportunidade chegou. Estamos agarrando com as duas mãos. Na próxima (grande competição), a gente espera contar com a transmissão da TV. A gente espera que nossos familiares, nossos amigos e as pessoas que estão em casa possam contar com uma cobertura televisiva e de alcance maior”, cogita.

Simone é uma das atletas mais experientes da seleção e começou a praticar a modalidade em 1994.

REGRAS

O goalball é um esporte feito exclusivamente para pessoas com deficiência visual. Todos os atletas, independentemente do grau de visão, utilizam vendas durante a disputa para atuarem em condição de igualdade. A quadra do goalball tem as mesmas dimensões da de vôlei (9 metros de largura por 18 metros de comprimento). As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com três de intervalo. Cada equipe contra com três jogadoras titulares e três reservas. Cada lado da quadra tem um gol com 9 metros de largura e 1,30 m de altura. Os atletas são arremessadores e defensores.

O arremesso pode ser feito de frente ou de costa, mas deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez as áreas obrigatórias. O objetivo é marcar gols. A bola tem um guizo e faz barulho para que os atletas saibam a sua direção. Por isso, a torcida não pode fazer barulho durante a partida, exceto no momento dos gols e nas paradas oficiais. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg. Atualmente, o goalball é praticado por 112 países.
 

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