Futuro
Eventual inclusão é vista como chance de evolução
Entrada em programas futuros daria visibilidade e poderia aumentar investimentos
De quatro em quatro anos, o mundo se une em uma cidade para celebrar e disputar o maior evento esportivo do planeta: os Jogos Olímpicos. A grandiosidade do torneio é diretamente refletida no interesse de pessoas e dos competidores em fazer parte da confraternização dos povos. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, por exemplo, serão 206 países competindo durante 17 dias. Os mais de 10.500 atletas se enfrentarão em 42 modalidades esportivas. Toda essa disputa será acompanhada por mais de um bilhão de espectadores em todo o mundo. Por tudo isso, os Jogos seriam grandes aliados no desenvolvimento dos esportes não olímpicos, trazendo mais investimentos, mais praticantes e mais visibilidade.
Idealizador de um projeto para fazer do Minas Tênis Clube uma das potências brasileiras no futsal, Luiz Henrique Taveira, chefe do departamento da modalidade no clube, afirma que a inserção do esporte nas Olimpíadas seria fundamental para se investir na estrutura da modalidade como um todo.
“A questão de ser um esporte olímpico gera uma série de outros benefícios. São projetos de lei de incentivo federal, que são direcionados aos esportes olímpicos, o que é mais uma fonte de recursos e que poderia ajudar as equipes e os clubes que trabalham com futsal; é ter o apego do público, criar mais uma condições de medalhas; é toda a estratégia desenvolvida pelos comitês, pelas confederações. Elas começam a ter uma visibilidade e uma importância maior”, analisa.
O ginasta Lucas Santiago, de 21 anos, acredita que a presença de seu esporte nas Olimpíadas aumentaria o número de praticantes e ajudaria na divulgação da modalidade. “Mais pessoas iriam conhecer, o número de atletas aumentaria e ia desvincular um pouco aquela imagem de que é uma atividade de academia. A gente iria mostrar que o esporte vai além disso”, afirma.
Falta de patrocínio atrapalha projeto social de sucesso
São seis atletas da seleção brasileira, três do juvenil e três da equipe de elite. Apresentações em todo o mundo, presença nos campeonatos mundiais, títulos nacionais e internacionais, além de ter atletas presentes na demonstração da ginástica aeróbica nos Jogos Olímpicos, como ocorrerá no Rio de Janeiro.
Apesar de todo o sucesso conquistado pela equipe de ginástica aeróbica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a luta maior do projeto social, comandando pela coordenadora e professora Kátia Lemos, acontece fora do âmbito das competições.
A falta de patrocínio e as dificuldades de manter a equipe criam ainda mais adversidades para que os competidores possam representar o país da melhor maneira possível. Realidade que Kátia vem enfrentando há 20 anos, desde que iniciou o projeto. “A dificuldade real é a falta de um patrocínio fixo. Esse é um projeto social. O papel da universidade, ela cumpre de maneira excepcional, porque oferece todas as instalações, tudo que está dentro da universidade é gratuito. Mas a universidade não tem uma rubrica para pagar, por exemplo, uma viagem internacional, a inscrição de um atleta ou o uniforme. Eu tenho um atleta apenas com uma condição financeira estável. Todos os outros são de situações financeiras muito complicadas. Temos problemas de atletas que às vezes não vem treinar por não ter o dinheiro do ônibus”, afirma.
E são justamente os obstáculos financeiros que podem tirar Kátia do projeto no fim do ano. “O corpo já não responde da mesma forma, a dificuldade de conseguir patrocínio passou a ter um peso muito grande”, diz. “Acho que não tem ninguém para me substituir. Não por falta de competência, tenho excelentes estagiários e monitores. Mas o problema é que esse trabalho que eu faço é voluntário. Eu não recebo. Como vou pedir para um jovem treinador ficar aqui cinco horas por dia sem receber, só por amor? Não dá”, lamenta. (BT)
Praticantes do tiro IPSC lutam pelo reconhecimento do esporte e, principalmente, pelo fim do preconceito
Além da divulgação do tiro IPSC, um dos principais desafios do esporte é acabar com o preconceito que existe contra ele. Essa é a avaliação dos atletas que há anos enfrentam esses obstáculos e que lutam para ter o reconhecimento do esporte que praticam.
“Ainda é um esporte marginalizado até mesmo pela ignorância popular, que acaba sendo mascarada pelo que aparece no noticiário. Temos regras, tudo que vamos fazer dependemos de autorização e somos constantemente fiscalizados pelo Exército”, afirma o advogado Wilse Paulo Léo Neto, 42, contestando as afirmações de que se trata de um esporte perigoso.
O empresário Alexis Ribeiro Pettersen, 52, fundador do clube do Tiro na capital, ressalta que não se trata de um esporte violento e que só pessoas “de bem” podem praticá-lo. “As pessoas veem a arma como violência e agressividade. Mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. É pensamento muito errôneo achar que quem pratica tiro sai daqui bravo e nervoso querendo atirar nas pessoas, é justamente o contrário. Sai relaxado e tranquilo”, relata.
“Para praticar o esporte, você tem que ser uma pessoa idônea, passar por teste psicológico, de habilidade com a arma, tirar licença junto ao Exército. Se estiver respondendo qualquer processo, você não pode praticá-lo”, afirma. (BT)