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Ciclistas relatam roubos com agressividade na avenida dos Andradas

Do ano passado para este ano, os roubos de bicicleta quase dobraram; até novembro de 2016 foram registrados 14 roubos, no mesmo período de 2015 foram apenas 8 roubos.

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Bicicleta do ator Ramon Brant que foi roubada na avenida no último dia 24 de novembro
Bicicleta do ator Ramon Brant que foi roubada na avenida no último dia 24 de novembro
PUBLICADO EM 09/02/17 - 12h00

Os ciclistas de Belo Horizonte reclamam que os furtos e roubos de bicicletas estão cada vez mais frequentes. Um dos locais com mais reclamações é a ciclovia da avenida dos Andradas, na região Leste da capital. Segundo relatos, os ladrões agem com muita agressividade. Do ano passado para este ano, os roubos de bicicleta quase dobraram na cidade, segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Até novembro de 2016, foram registrados 14 roubos, no mesmo período de 2015 foram apenas 8 roubos.

Já os furtos à bicicletas tiveram ligeira queda. Até novembro de 2015 foram registrados 84 furtos, já no mesmo período de 2016 foram 73 furtos. A Seds ainda não tem os dados até o mês de dezembro. No entanto, esses números podem ser ainda maiores, já que muitos  ciclistas não registram boletim de ocorrência (BO). Pelo grupo do Facebook Massa Crítica, os ciclistas publicaram, na última segunda-feira (6), que a avenida dos Andradas é o principal problema.

Muitos ciclistas relatam que apesar da enorme ciclovia na via, eles preferem usar a pista de carro por causa da violência na ciclovia. Segundo os relatos, os roubos na ciclovia são permeados por muita violência a qualquer hora do dia. Alguns ciclistas propõe até mesmo uma bicicletada na região para chamar a atenção das autoridades em relação ao problema.

Relato

No último dia 24 de novembro o ator Ramon Brant foi assaltado às 14h30. De acordo com ele, quatro suspeitos o abordaram e o derrubaram da bicicleta. “Eu percebi a aglomeração de 4 ou 5 pessoas próximas a calçada. Um deles correu em minha direção e me acertou com uma voadora.

Como eu estava em alta velocidade, sofri uma queda forte, rente ao meio fio da ciclovia. Torci o joelho e me esfolei inteiro. Ainda no chão, eles me agrediram com  soco. Um deles me deu uma gravata enquanto os outros tiravam meu celular, dinheiro, etc”, contou Brant.

Segundo ele, dois agressores estavam em uma bicicleta e o outro a pé.  O ator fez um apelo para que não levassem sua mochila mostrando que só tinha seu material do teatro. “Antes de ir embora, eles continuaram  me ameaçando, bem agressivos e violentos. Vi que um deles tinha uma faca e outro carregava um pedaço de pau. Quando saí correndo na outra direção (Centro/Boulevard), eles ainda ficaram ali por um tempo, como se nada tivesse acontecido”, relata o ator.

Brant contou que passa pelo local frequentemente há 5 anos e que tanto a noite quanto de dia é bastante deserto e perigoso. Parece que a tática que eles usam para os roubos são sempre as mesmas. “Fecham a pista e derrubam violentamente os ciclistas”, afirmou o ator. Brant usava a bicicleta para se deslocar. É também com uma “magrela” que ele realiza o projeto  “Chá com Cartas”, que ele entrega cartas para moradores da capital mineira.

Compartilhando o problema

O ator publicou seu relato no grupo de Facebook Massa Crítica de Belo Horizonte e uma série de ciclistas comentaram a postagem dizendo que passaram pela mesma situação ou que evitam  passar pela ciclovia por causa do  medo de roubos e agressões.

Um deles é o economista Gelton Filho, 40 que deixou de ir de bicicleta para o trabalho para não ter mais que passar pelo local. “Eu passava por lá na ida por volta de 6h30 e na volta às 19h30. São horários em que lá fica muito vazio. Por duas vezes eu consegui desviar de abordagens, mas percebi que seria cercado”, contou.

Furtos

Os roubos não se limitam a ciclovia. Os ladrões também furtam as bikes dentro de casa. O designer Marcelo Cardoso, 34, teve duas bicicletas roubadas dentro da casa dele no ano passado. “Eu moro em uma casa na Serra e minha garagem tem um vão que dá visão para a rua. O que tinha de interessante lá dentro eram duas bicicletas uma presa a outra. Alguém pegou um tronco de árvore que estava na rua subiu, pulou o muro e roubou as bicicletas”, contou o designer.

A reportagem de O TEMPO aguarda resposta da Polícia Militar que cuida da área para falar sobre os roubos.

BH em Ciclo publicou nota sobre os roubos

Veja a nota na íntegra:

A BH em Ciclo preza pela comunicação positiva das pautas relacionadas à bicicleta. Afinal, acreditamos que o meio de transporte é um elemento fundamental na busca de uma cidade com maior qualidade de vida e, principalmente, voltada para as pessoas, devendo ser encarada com entusiasmo e alegria.

No entanto, uma série de relatos de ciclistas tem nos deixado bastante preocupados, tornando necessário um posicionamento desta associação. Nos últimos meses, o número de assaltos a ciclistas na ciclovia da Avenida dos Andradas em um ponto específico, próximo à Câmara Municipal de Belo Horizonte, cresceu muito. A cada semana tomamos conhecimento de mais e mais relatos de assaltos, sempre com o mesmo modus operandi: um grupo de pessoas fica à espreita e derruba os ciclistas que ali passam, muitas vezes os agride, rouba a bicicleta e pertences pessoais, como mochilas, carteiras e celulares.

Durante a pesquisa “Descobrindo como BH Pedala 2016”, realizada pela BH em Ciclo, constatamos que a segurança pública é um fator importante para não utilização da bicicleta para 30% das pessoas entrevistadas. Nós não desejamos que esse número aumente, sobretudo em um momento em que a aceitação e o uso da bicicleta cresce em BH. A segurança pública não pode ser um fator impeditivo para se pedalar na cidade.

Dada a recorrência cada vez maior, a BH em Ciclo está encaminhando solicitações às entidades competentes e espera que os órgãos de segurança pública atuem na resolução destes casos e viabilizem a prevenção de tais delitos na região, bem como a Prefeitura de Belo Horizonte adote medidas em quesitos como a iluminação do local, oferecendo maior segurança aos ciclistas e pedestres que circulam pela região.

Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte – BH em Ciclo.

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