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Bichos morrem de sede perto do futuro canal

Nos municípios de Custódia e de Sertânia, no sertão de Pernambuco, obras do eixo Leste da transposição também estão atrasadas e abandonadas, e cidades ficam prejudicadas

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PUBLICADO EM 07/10/13 - 03h00

Sertão nordestino. Uma carcaça de boi está em meio à paisagem seca, em plena caatinga, na zona rural de Custódia, em Pernambuco. Ironicamente, ao lado daquele cadáver, passam as obras do canal do eixo Leste da transposição do rio São Francisco. O bicho morreu de sede a poucos metros de onde, um dia, há de passar uma boa quantidade de água. A vida ali pede socorro.

O olhar atento ao que está pronto em termos de canal naquela região denuncia uma situação bastante parecida com a que vive o município de Floresta. Parte da obra está pronta, mas já precisou ser reparada e remendada por causa da ação do tempo. Como em outros pontos, aquilo que o governo conseguiu concluir está feito aos pedaços – liga o nada ao lugar algum.

Alguns metros adiante, à beira de uma estrada de terra, ainda na porção rural de Custódia, uma barragem, que já deveria estar pronta, mal foi esculpida no terreno. Há apenas indicações de que algum trabalho chegou a ser feito ali. Uma delas é a poeira, uma vez que a terra foi remexida, mas não compactada.

No dia em que a reportagem visitou o trecho da transposição, não havia sequer um operário trabalhando. Cabras e bodes vagavam pelo canal e o utilizavam como uma passagem entre os dois lados da obra.

Enquanto a transposição não é concluída, o secretário de Administração de Custódia, Cristiano Teixeira Dantas, não economiza nas críticas ao governo federal. “Poderíamos estar sendo muito beneficiados se tudo já estivesse pronto. Não sei o que acontece e por que o governo federal é tão desorganizado. As obras aqui em nossa cidade estão paralisadas, abandonadas há três anos. Isso gera ainda desemprego e uma série de outros problemas. Nossa vida poderia estar bem melhor”, reclama o secretário.ATRASO. A 45 km de Custódia, está Sertânia, município que carrega o sertão até no nome. Ao longo da PE–280, pouco antes de chegar ao centro da cidade, já é possível avistar o que deveria ser parte do canal do eixo Leste. Mas, ali, os trabalhos estão ainda mais atrasados do que nas outras cidades do sertão pernambucano.

O serviço está completamente abandonado. Apenas o trabalho de explosão de rochas, numa área ainda mais pedregosa do terreno, foi feito. A silhueta do canal mal foi esculpida naquela paisagem árida e quente. Somente seu contorno é visível. As águas, segundo o projeto, passarão por baixo da rodovia. Mas a obra está interrompida desde 2011 e não há nem sinal de construtoras tocando o serviço naquele trecho.

Ainda perto da PE–280, uma água amarronzada corre pelo fundo de onde deveria estar o outro lado do canal. Mas não se trata de um trecho concluído. É uma água salobra que corre no fundo daquele vale. Um líquido salgado, que nem aos sedentos animais serve.

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