Com licença ao poeta Pablo Neruda, mas “confesso que vivi” uma fantástica – e indescritível – aventura amazônica a bordo do Iberostar Grand Amazon. Neste mês, ainda sob as bênçãos da cheia (começa em janeiro e culmina em junho), navegamos pelo Solimões, adentramos igarapés e cortamos igapós, sempre nos surpreendendo com as dádivas do rio e as riquezas da selva. Do avistamento de botos cinza, animais silvestres e aves de várias espécies à pesca da voraz piranha e imersão no cotidiano caboclo, esse é um roteiro singular, que agrada a distintos viajantes.
O que, então, você está esperando para reunir os “chegados” e #partiuAmazonas? Se a dificuldade em viajar com os amigos era encontrar um destino que atraísse a todos, esse cruzeiro fluvial é, com certeza, a solução perfeita. Primeiro, para conhecer as ricas e exóticas cultura e gastronomia amazônicas; depois, para apreciar os mais belos nascer e pôr do sol; e, por fim, pela oportunidade única de embrenhar-se pela maior floresta do mundo, mas com total segurança e conforto proporcionados pelo navio-hotel. Além, é claro, de testemunhar o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, quando esse último, agora mais imponente, passa a denominar-se rio Amazonas.
O cruzeiro Iberostar Grand Amazon, que, podem acreditar, consiste numa viagem de múltiplas experiências, divide-se em três roteiros: um de três noites pelo Solimões; outro de quatro pelo Negro; e um de sete noites, englobando os dois rios. Com a diferença do ph de suas águas – as do Negro possuem maior acidez –, mudam-se também os panoramas às suas margens. Enquanto no Solimões fervilha a vida ribeirinha, no Negro surgem praias para banho e até nado com botos-cor-de-rosa, mesmo na época da estiagem (julho a dezembro), quando os igarapés definham, minguam-se os igapós, mas abundam outros atrativos, numa constante renovação natural.
Raio-x da Amazônia
Extensão.Com quase 7 milhões de quilômetros quadrados, é a maior floresta tropical do mundo. Abrange nove países (Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Colômbia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa), ocupando quase metade da América do Sul. Só em território brasileiro, são cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados.
Biodiversidade.Tem catalogadas cerca de 5.000 espécies de árvores com mais de 15 cm de diâmetro, segundo a pesquisadora Regina Coeli Vieira Machado da Fundação
Joaquim Nabuco.
Bacia hidrográfica. Possui a maior bacia fluvial do planeta, com quase 4 milhões de quilômetros quadrados de extensão em terras brasileiras.
Rio Amazonas.Com 7.025 km de extensão desde a nascente, na Cordilheira dos Andes, no Peru, até a foz no Oceano Atlântico.
Glossário
Palafita. É uma casa sobre pilares de madeira sob as águas, comum às margens do rio Solimões. Nas grandes cheias, os caboclos ainda elevam seu assoalho até as águas baixarem.
Casa flutuante. Opção de moradia para melhor enfrentar o fenômeno da cheia, ocorrido a cada seis meses. Para mudar essas residências de lugar, basta que os ribeirinhos puxem-la com um barco até o novo local.
Igarapé. Um pequeno curso d’água só navegável na cheia; na seca, a água fica muito baixa. Característico da bacia amazônica, os igarapés (palavra formada pela junção de ygara (canoa) e apé (caminho), que significa, em tupi, "caminho de canoa") ligam um braço de canal ou rio.
Igapó. Região da floresta amazônica que permanece alagada mesmo no período da estiagem. Na cheia, ela se estende por toda a várzea, onde sobrevive árvores aptas a resistir debaixo d'água por até seis meses.
Banzeiro. Movimento das águas provocado pelo deslocamento das embarcações, sempre presentes nos rios da amazônia, onde 80% do transporte é fluvial.
Várzea. Compacta, que sofre inundações periódicas. Nela, destacam-se as seringueiras.
Terra firme. É o tipo de mata que, raramente inundada (ou, se vier a ocorrer, a água seca rápido) e abriga árvores de maior porte.