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Campanha pede que Anvisa libere venda de adrenalina em drogaria

Mais de 8.000 pessoas declararam apoio ao movimento


Publicado em 26 de novembro de 2015 | 04:00
 
 
 
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A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) iniciou uma campanha nacional pela regulamentação do uso da adrenalina autoinjetável no país, considerada pela associação o único medicamento capaz de salvar uma pessoa que esteja com crise de anafilaxia e, principalmente, longe de um serviço médico de urgência.

A anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica, grave e rápida, desencadeada geralmente por um alérgeno (alimento, medicamento, venenos de inseto etc.). A reação caracteriza-se pela diminuição da pressão arterial, taquicardia, alterações respiratórias, acompanhada ou não de edema da glote e urticária.

A coordenadora da Comissão de Anafilaxia da Asbai, Elaine Gagete Miranda da Silva, explica que hoje os brasileiros precisam importar o medicamento, que é fornecido apenas em pronto-atendimentos de hospitais, quando o paciente está em crise. “Se, durante uma reação anafilática, a pessoa não conseguir chegar a tempo ao hospital, ela pode ir a óbito. Por isso, a nossa luta para que a Anvisa autorize o registro e comercialização desse importante medicamento”, diz a médica. O objetivo da associação é que a adrenalina seja vendida a portadores da anafilaxia com a apresentação de receita médica.

A forma mais grave de anafilaxia é o temido choque anafilático. Nesse caso ocorre falência da circulação. O sangue não chega aos órgãos periféricos por causa da queda da pressão arterial e alterações da microcirculação, trazendo grave risco de morte.

Segundo Elaine Gagete, o tratamento deve ser rápido. A adrenalina (epinefrina) é essencial para reverter o quadro clínico e deve ser aplicada pelo próprio paciente, familiar ou por alguém disponível no local, já aos primeiros sinais da reação anafilática. A demora em sua aplicação pode significar um prognóstico mais sombrio, com maior chance de não reversão dos sintomas.

A campanha recebeu o nome de Adrenalina Brasil e está sendo promovida em forma de abaixo assinado, que será encaminhado ao Ministério da Saúde. O documento contava nesta quarta com 8.257 adesões. A médica diz que a associação pretende entregá-lo ao ministério quando atingir 10 mil assinaturas. Qualquer pessoa pode participar do movimento, por meio do site da Asbai ( www.asbai.org.br/adrenalinabrasil).

Hospitalização. Nem sempre apenas o medicamento resolve, embora ele seja essencial. Nos casos mais graves, em que o inchaço da garganta impede a passagem do ar para os pulmões, é necessário realizar uma cricotireodostomia, que é um procedimento cirúrgico para fazer um pequeno corte na garganta e manter a respiração, de forma a evitar complicações graves como alterações cerebrais.

Após o tratamento para choque anafilático, pode ser necessário que o paciente fique algumas horas internado no hospital, pois é importante observar todos os sinais e sintomas para evitar o retorno da reação.

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