Simplicidade é a palavra que melhor define João Edson de Souza, 50, nascido em Santa Cruz do Escalvado, Zona da Mata, mas que hoje mora em Carmo da Mata, no Centro-Oeste mineiro.
Casado e pai de três filhos, ele vive da lida em duas fazendas e um sítio onde cria gado de corte. Antes disso fez de tudo. Aos 14 anos fez um curso no Senai de torneiro mecânico e começou a trabalhar. Depois foi viver em São Paulo, onde trabalhou como taxista. Em Belo Horizonte foi construtor.
O que ele nunca deixou de fazer foi escrever. “Descobri esse dom quando tinha 17 anos, escrevia poesias e letras de música, tenho mais de 300 letras. Em 1997, lancei meu primeiro livro de poesias, “Inspirações de um Camponês”, e acabo de lançar “Sabedoria Diária”, 200 frases curtas, poucas palavras, que pretendo que cheguem ao coração das pessoas”, diz o escritor.
Após a lida na roça, quando vai se deitar, João revela que sente um ímpeto de escrever. “É algo que vem de dentro de mim e me cativa. Não há nenhum processo espiritual, mas eu sinto que recebo inspiração. Acho que o Espírito Santo tem me guiado”, diz.
João já foi católico e evangélico. “Hoje não tenho religião, se precisar de ir à maçonaria, a um culto evangélico e a um centro espírita, eu vou. Mas não me vinculo a nenhuma religião, porque ela aprisiona as pessoas. Mitos e as crenças enfraquecem a sabedoria”, reflete o escritor.
No entanto, ele crê em Deus. “Ele é onipotente e onipresente, ninguém ainda viu a sua face. Ele é um amor que nos leva a qualquer objetivo. Acredito que, se Jesus Cristo viesse à Terra, o mundo seria outro. Imagina se Ele pudesse transmitir o que é bom para as pessoas.”
O livro “Sabedoria Diária” oferece pílulas de bons pensamentos, mensagens e sentimentos. É dessa forma que o autor entende que pode contribuir para alcançar o coração das pessoas.
“É pelo sentimento que as pessoas podem ser felizes. É preciso que elas se desapeguem de sentimentos negativos como raiva, inveja, rancor, preguiça. Eles paralisam e não acrescentam nada de bom na vida das pessoas. A sabedoria que ofereço é focada no bem, porque só consegue ser feliz aquele que pratica o bem”, ensina João.
Ele fala muito em prosperidade, porque acredita que pessoas justas e honestas se tornam prósperas. “Sinto-me bem-sucedido e agradeço a Deus por isso e sei que minha vida foi baseada na verdade e honestidade.”
O escritor é avesso a rótulos. Crê e defende uma vida com simplicidade, justiça e honestidade. “A vaidade consome o ser humano junto com o consumismo, que é pavoroso. Temos apenas uma boca para comer e um corpo para vestir. Para que tanta necessidade?”
João aprecia ficar sozinho. É quando reflete sobre a vida e vem a inspiração para escrever. “Hoje mesmo eu estava falando com meu amigo sobre a morte. Todos temos que passar por ela, mais cedo ou mais tarde. Todos somos testados. A morte é como uma prova que seleciona para onde iremos depois. As boas pessoas vão para um lugar muito melhor que aqui. Os maus são influenciados por espíritos ruins. Observando a natureza das pessoas, a violência e a corrupção, penso que o mundo está próximo do fim.”
O autor diz que não visa a lucros com seu livro, que foi publicado de forma independente. “A tiragem foi de 5.000 exemplares, e ele pode ser adquirido por R$ 9,90 nas bancas e em livrarias. Esse preço é somente para pagar a impressão e as pessoas que estiveram envolvidas no processo de feitura do livro. Ainda no primeiro semestre vou publicar “O Alcance”, finaliza.
Inspiração
Fonte. O camponês impregna sua obra de mensagens positivas e que estimulam uma convivência fraterna e harmoniosa entre as pessoas e com todos os reinos da natureza.