“Conhecer os lugares pelos olhos de um local significa descobrir os segredos e, é claro, aprender os costumes locais e entender melhor como é a vida das pessoas que vivem ali”, comenta a blogueira de viagens Natália Becattini, do blog 360 Meridianos. Segundo ela, a experiência é muito diferente do turismo tradicional, focado nos monumentos e atrações famosas, que sempre trazem uma lista das “dez atrações imperdíveis” e que estão em todos os guias de viagem. “Acaba que todo mundo vê, faz e come mais ou menos as mesmas coisas”, lamenta.
O viajante ainda tem a chance de desenvolver uma amizade duradoura com o morador, como aconteceu com o professor Anthony Dickenson, que até recebeu a amiga alugada em São Paulo para um passeio em sua casa, em Londres.
A proposta de alugar um amigo local, no entanto, tem alguns pontos desfavoráveis. Um deles é o preço cobrado pelos serviços, “principalmente em países extremamente baratos: os US$ 100 cobrados por um ‘local friend’ em Bali, na Indonésia, equivalem a 66% do que eu gastei para viajar por lá por 17 dias”, relata.
Outro aspecto diz respeito à qualidade do serviço, que não pode ser garantida. O próprio site frisa que um “local friend” não é um guia de viagem, logo, não pode ser exigido como tal. “A partir do momento em que se paga – e caro – por um serviço, você quer que a coisa funcione. O fato de a pessoa não ser profissional gera um risco de as coisas não saírem como o esperado”, critica a autora do blog de viagens “Eu Sou À Toa”, Lívia Aguiar. A criadora do “Rent a Local Friend”, Alice Moura, diz que até hoje não houve reclamações. “As pessoas escolhem ‘local friends’ com perfis parecidos com os seus e eles vão trocando mensagens antes do encontro para definir o roteiro, então, a chance de a pessoa não gostar é muito pequena”. (RS)