Elisa Tito


Publicado em 04 de março de 2011 | 20:44
 
 
 
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Quando completou 88 anos, Elisa Tito chegou a uma interessante síntese de sua vida. Concluiu que havia construído um edifício de nove andares e que cada um desses pavimentos era um dos filhos. Essa conclusão está num dos vários textos que a virginiana de 94 anos escreve sempre que lhe dá vontade. “Bordo, pinto porcelana e escrevo também. Quando me dá um negócio, sento e escrevo”, conta.

Entre folhas de papel manuscritas e muito papo, dona Elisa volta à capital dos anos 1940 e fala das facilidades de se ter tantos filhos quando não havia perigo pelas ruas, internet e tevê pra todo mundo: “Naquele tempo, era mais fácil. Não tinha que levar filho na escola, preocupar com o que se via na televisão. Os meninos hoje são muitos espertos. Tenho um amiguinho de 2 anos e meio que falou outro dia: ‘o vovô é muito mala’, você imagine”, diverte-se.

Formada em magistério pelo Instituto de Educação, em 1935, ela trabalhou na área até 1989 e foi parar no Jornal Nacional, quando há 4 anos, passou no vestibular de direito – sem estudar – da faculdade Arnaldo. “Meu neto me inscreveu na prova e falou que era no dia seguinte. Frequentei o curso até o quinto período, quando fiquei doente. Aí, tranquei e estou dando um tempo”, explica.

Avó de 21 netos, bisavó de 6, Elisa cansou de ver novela que só tem sexo e mulher fútil. Quer agora entrar num curso de informática. Acha importante acompanhar o seu tempo, tempo em que as mulheres estão sendo mais cobradas e o Brasil tem uma presidenta, que ela admira: “Antigamente, a mulher não podia nem votar. Hoje, quantas mulheres já se insurgiram? Haja visto nossa presidenta! A mulher está sendo mais valorizada e respeitada, mas também mais questionada, por outro lado”. (NATÁLIA D´ORNELLAS)

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