SÃO PAULO. Pesquisa realizada por uma equipe internacional e publicada agora na revista “Science Advances” aponta que 60% das 500 espécies de primatas que existem hoje correm risco de sumir. Não só: três quartos dessas espécies passam por declínios populacionais. O grupo (que inclui três brasileiros) adverte: a possível extinção em massa desses bichos traria sérios impactos, visto que ajudam a polinizar flores, para citar um exemplo. Menos primatas, portanto, florestas menos saudáveis – o que, por sua vez, afeta o abastecimento de água e a estabilidade do clima.
O Brasil lidera a lista de diversidade de primatas (mais de cem espécies), seguido por Madagascar, Indonésia e República Democrática do Congo – juntos, respondem por dois terços do número de espécies do planeta. Por ora, a situação, aqui, é a menos “feia”: só 30% correm risco de desaparecer, contra quase 70% das espécies indonésias e quase 90% dos lêmures de Madagascar. Entre os fatores de risco estão a expansão da agricultura, a atividade madeireira, a pecuária e a caça.