Londres, Reino Unido. Combinar melhor o DNA de uma doadora de óvulos com os de uma futura mãe que o receberá pode reduzir o risco de transferir mutações causadoras de doenças nos chamados “bebês com três pais”. A técnica vem trazendo avanços para a área, de rápido crescimento, da fertilização in vitro para mulheres com o DNA mitocondrial (mtDNA, o tipo herdado exclusivamente da mãe) danificado.
Deve-se selecionar uma doadora de óvulos – a “segunda mãe”, juntamente com o casal que vai conceber, dar à luz e criar um bebê – cujo mtDNA seja geneticamente parecido com o da mãe receptora, afirmaram os autores no estudo publicado na revista “Nature”.
Cada célula no corpo humano contém cerca de 23 mil genes, quase todos no núcleo – o DNA nuclear. Mas 37 genes residem em minúsculas estruturas, as mitocôndrias, que são as baterias das células, transformando açúcar e oxigênio em energia.
O DNA nuclear é transferido para os descendentes pelo pai e pela mãe, enquanto o DNA mitocondrial é herdado apenas da mãe.
Algumas mulheres têm o mtDNA danificado, que, se for transferido para os filhos, pode causar doenças debilitantes e intratáveis.
Mulheres com mutações mitocondriais podem ter filhos saudáveis por meio da fertilização in vitro, com a terapia de reposição mitocondrial. O DNA nuclear é retirado do óvulo e colocado junto com o esperma do pai em um óvulo diferente, cujo núcleo foi removido, de uma doadora com a mitocôndria saudável, que é deixada intacta.
Um comitê de especialistas britânicos aprovou anteontem a concepção de bebês a partir do DNA de três progenitores, um controverso passo no terreno médico, no qual o Reino Unido pretende ser pioneiro.
Técnica que gera 'bebês com três pais' pode ajudar a prevenir doenças
DNA é retirado do óvulo de doadora e colocado nos gametas dos pais
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