O Creta, novo utilitário-esportivo (SUV) compacto da Hyundai, só começará a ser comercializado em meados de janeiro, mas quase todas as informações sobre ele foram reveladas nesta semana. Quase todas, pois o fabricante não divulgou sua expectativa de vendas. Ainda assim, dá para antever que o modelo ocupará um papel de destaque na gama disponibilizada no Brasil. Primeiro, porque ele começará a ser produzido em série ainda neste mês em Piracicaba. Segundo, porque o SUV entra em um dos únicos segmentos de mercado que cresce atualmente, e, por isso, não para de ganhar novos competidores: além do recém-chegado Nissan Kicks, haverá, em fevereiro, o Renault Captur. Isso sem falar no Jeep Renegade e no Honda HR-V, os mais emplacados do gênero.
Outro indício de que a Hyundai tem grandes pretensões com o Creta é a oferta de uma gama ampla, com três opções de acabamento, duas de motorização e duas de transmissão. A configuração de entrada, batizada de Attitude, é equipada unicamente com propulsor 1.6 e câmbio manual ou automático unicamente para pessoas com necessidades específicas. Entre os equipamentos, há sistema de monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado manual, direção elétrica, vidros, travas e retrovisores elétricos, alarme, rodas de liga leve de 16 polegadas, banco do motorista com ajuste de altura, coluna de direção regulável em altura e profundidade, banco traseiro bipartido, computador de bordo, sistema de som e ganchos Isofix para fixação de cadeirinhas infantis, além dos obrigatórios por lei airbags frontais e freios ABS.
A configuração intermediária, Pulse, é oferecida com motor 1.6 e câmbio manual ou automático e propulsor 2.0, este associado apenas à transmissão automática. A lista de equipamentos traz todos os itens da versão anterior, adicionados de faróis de neblina, maçanetas externas na cor da carroceria, rodas de liga leve diamantadas de 17 polegadas, apoios de braço das portas e do console central em couro, sensores de estacionamento traseiros, assistente de partida em rampa, sistema de sinalização de frenagem de emergência e controles eletrônicos de estabilidade e tração. Se equipado com transmissão automática, o modelo ganha também o controlador de velocidade, enquanto o motor de maior cilindrada traz a reboque faróis com iluminação lateral, luzes diurnas em LED e difusores de ar para os ocupantes do banco traseiro.
Já o top de linha, Prestige, além de todo o conteúdo das versões anteriores, adiciona ar-condicionado automático digital, banco do motorista com ventilação, bancos e volante revestidos em couro, chave presencial com botão de partida, retrovisores externos com rebatimento elétrico, câmera de ré, central multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque e airbags laterais dianteiros e do tipo cortina.
Plataforma é de sedã médio
De acordo com a Hyundai, o Creta é construído sobre a mesma plataforma do sedã médio Elantra. Assim, o SUV é maior que a linha HB20: tem 4,27 m de comprimento, 2,59 m de distância entre eixos, 1,78 m de largura e 1,63 m de altura. A altura em relação ao solo, de 19 cm, também é superior. Esses valores estão na média de outros veículos da categoria, assim como o porta-malas, que tem 431 L de volume.
Mecanicamente, o novo modelo compartilha muitos componentes com os demais veículos Hyundai produzidos em Piracicaba, como as transmissões manual e automática. Já o motor 1.6 16V da família Gamma é uma versão evoluída daquele que equipa a linha HB20, com comando de válvulas variável não só na admissão, mas também no escape, além de sistema start-stop. Assim, a potência subiu para 123 cv com gasolina e 130 com etanol, a 6.300 rpm, mas o torque permaneceu em 16 kgfm e 16,5 kgfm com os dois combustíveis, a 4.500 rpm.
Já o propulsor 2.0 16V, que não é oferecido na linha HB20, é similar ao do SUV maior iX35, e traz muitas das soluções aplicadas no 1.6, como bloco e cabeçote feitos em alumínio e sistema de partida a frio com aquecimento dos bicos injetores, sem tanquinho. Porém, outros aspectos técnicos não trazem qualquer diferencial em relação aos demais modelos produzidos em Piracicaba, como os freios com discos apenas nas rodas dianteiras (os traseiros são a tambor) e a falta de oferta de tração 4x4.
Desempenho e espaço interno são destaques
O Super Motor experimentou as versões Pulse 1.6 e Prestige 2.0, ambas com câmbio automático. A primeira se mostrou bastante competente em trechos urbanos, mas nos percursos rodoviários mostrou algumas limitações para movimentar os 1.359 kg do modelo. Na segunda, que é 40 kg mais pesada, como é de se esperar, há bom desempenho em qualquer situação.
Também agradou no Creta o espaço interno, inclusive no banco traseiro. Porém, o acabamento não chega a se destacar dentro da classe. Ainda que a montagem dos componentes internos seja caprichada, os materiais de revestimentos são simples – essencialmente, plásticos rígidos sem emborrachamento.
Também merece ressalva a ausência de paddle-shifts no volante para trocas as marchas: a operação sequencial do câmbio só é possível com toques na alavanca.
Preços
Creta Attitude 1.6 manual: R$ 72.990.
Creta Pulse 1.6 manual: R$ 78.290
Creta Pulse 1.6 automático: R$ 85.240
Creta Pulse 2.0 automático: R$ 92.490
Creta Prestige 2.0 automático: R$ 99.490