Lançado no fim de maio, o Fiat Argo cria muita expectativa e curiosidade entre os consumidores. Primeiro por ser um carro totalmente novo. Depois, por ter chegado com a missão de substituir de uma vez só três modelos da marca: versões mais caras do Palio, além do Punto e do Bravo.
Para abraçar os diferentes perfis de clientes, a Fiat resolveu apostar alto na ampla oferta de configurações do carro o que, sem dúvida, foi um diferencial no segmento dos hatches compactos. São sete versões disponíveis com três opções de motor e dois tipos de câmbio. Tem Argo de todo tipo. Do manual Drive 1.0 ao HGT 1.8 automático. Os preços, dançam conforme a música. Ficam entre R$ 46,8 mil a R$ 70,6 mil.
Super Motor avaliou o Argo 1.8 Precision automático, opção logo abaixo da top de linha. A versão parte de R$ 67,8 mil e, a princípio, pode ser considerado cara, mas não se levarmos em consideração o custo-benefício se comparada aos rivais diretos como, por exemplo, Hyundai HB20 1.6 Premium e New Fiesta 1.6 Titanium. Desde a versão 1.0, o Argo vem equipado com direção elétrica e sistema start-stop do motor. A versão que testamos traz ainda controle de estabilidade e de tração de série, além do bom câmbio automático de seis velocidades, o mesmo da picape Fiat Toro.
A unidade que testamos veio com todos os opcionais, que elevam o preço da versão para R$ 77,2 mil. São três os kits disponíveis no Argo Precision. O Style, que acrescenta revestimento de couro nos bancos e rodas de liga leve aro 16 (R$ 2.200). O kit Tech, adiciona ar-condicionado digital, chave presencial com partida do motor por botão, além de quadro de instrumentos com tela de TFT de sete polegadas, sensor de chuva e crepuscular e retrovisor interno eletrocrômico (R$ 3.500). E, por fim, você pode somar airbags laterais (R$ 2.500), além de sensor e câmera de ré por mais R$ 1.200.
A central multimídia com tela touchscreen e flutuante tem sete polegadas e é item de série no Argo desde a versão intermediária (Drive 1.3). Ela vem com comandos do rádio e telefone no volante, mas peca por não vir com mapa GPS já integrado ao dispositivo. Para se guiar por meio da tela, só plugando o celular à porta USB para acessar o app via Apple CarPlay ou Android Auto.
Dirigibilidade é ponto forte
O conjunto mecânico do Argo 1.8 Precision é exatamente o mesmo do Jeep Renegade e da picape Toro, e não decepciona. Bem mais leve do que seus irmãos de sangue, o hatch de 1.264 kg se desloca com destreza seja no trânsito ou na estrada. O motor 1.8 16V flex, de até 139 cv e 19,3 kgfm de torque, oferece boa resposta as pisadas no acelerador e se entende bem com o câmbio automático de seis velocidades, sem sinais de tranco, e com possibilidade de trocas manuais das marchas por meio de paddles shifts atrás do volante.
A ergonomia é outro ponto forte do italiano. Todos os comandos estão ao alcance do condutor. A empunhadura do volante revestido em couro também é ótima, bem como o descansa-braço para o motorista, um conforto extra bem bacana. A suspensão parece bem acertada e o conforto é garantido mesmo ao se passar por trechos mais esburacados. Mesmo em velocidades maiores, o carro mostra muito equilíbrio em curvas mantendo a trajetória sem sustos ou aquele tomba pra lá, tomba pra cá. Para garantir a segurança, se precisar, o motorista conta ainda com a ajuda do controle de estabilidade e de tração, de série na versão. O isolamento acústico também merece elogios. O carro roda bem macio e silencioso.
O sistema start-stop contribui e muito para deixar o Argo 1.8 econômico. Abastecido com etanol, o computador de bordo aferiu média de 9,5 km/L ao fim do tanque cheio num percurso com dois terços rodados na cidade e um terço na estrada. Média satisfatória para um carro com motor 1.8 16V.
Design é estiloso e tem personalidade própria
O Argo carrega em seu visual uma mistura dos design de outros modelos da Fiat. Com linhas bem pronunciadas e estilo próprio, o carro marca presença por onde passa. De frente, é inevitável a comparação da parte dianteira do Argo com o Mobi, sobretudo pelo desenho da grade frontal. Os vincos no capô e os faróis maiores se destacam.
Nas laterais, os traços são bem marcados nas portas com linhas que remetem à picape Toro. A parte de trás talvez seja a mais sóbria e controversa do Argo. Pelo desenho da tampa do porta-malas e das lanternas, há quem diga que o carro visto de traseira ficou uma mistura de HB20 com Gol. Um certo exagero.
No geral, o nível de acabamento interno do Argo 1.8 Precision é interessante, compatível com o que existe no mercado brasileiro e com materiais de boa qualidade.
Ficha técnica
Motor. 1.8 16V flex
Potência. 135 cv (G)/139 cv (E) a 5.750 rpm
Torque. 18,8 kgfm (G)/19,3 kgfm (E) a 3750 rpm
Câmbio. Automático de seis marchas e uma à ré
Direção. Elétrica
Porta-malas. 300 L