Há cerca de quatro anos, a Renault ensaiou vender o Captur no Brasil. Naquele momento o modelo seria importado da França e teria uma limitação de unidades de acordo com a regra do programa Inovar-Auto. E foi justamente esse o empecilho para que a vida do modelo não se iniciasse mais cedo no Brasil. A restrição imposta pela cota da montadora desmotivou os executivos franceses a trazer o utilitário-esportivo (SUV). A princípio, a ideia era mostrar o carro e ver as potencialidades no mercado brasileiro, para depois viabilizar a produção no país.
Iniciar a produção de um novo produto é algo complexo que demanda, além de investimento, tempo. E, mesmo com as clínicas favoráveis pela aprovação do modelo, a Renault recuou e optou por aguardar a hora certa. Pareceu ser arriscado importar pequeno volume e acabar queimando a imagem do utilitário-esportivo. Ainda que pese o fato do evidente crescimento pela procura desse tipo de veículo pelo consumidor brasileiro, o melhor foi mesmo recuar e aguardar para produzir e comercializar o Captur sem nenhum impedimento de volume.
E chegou a hora: o Captur chega ao Brasil, que desembarca por aqui nas versões Zen, com motor 1.6 de 120 cavalos e câmbio manual, e Intense, 2.0, 148 cavalos e câmbio automático. Os preços são a partir de R$ 78,9 mil e R$ 88.490, respectivamente.
Visual
Fugir das linhas convencionais ou mais tradicionais que alguns de seus concorrentes, principalmente japoneses e coreanos apresentam é parte da estratégia francesa. Tanto que a Renault destaca, além da maior altura do solo e da posição mais elevada entre seus pares, o design de seu modelo.
Por dentro, o quadro de instrumentos associa o velocímetro digital com os displays em formato de meia-lua. Logo acima o computador de bordo. De acordo com a versão, o interior pode ter o acabamento em dois diferentes tons. Há também a possibilidade de personalização da pintura. São oferecidas 13 combinações de cores, incluindo nove arranjos em “biton”, um opcional de R$ 1.400.
O jornalista viajou a convite da Renault
Pacote de conveniência
As duas versões do Renault Captur têm o sistema multimídia Media Nav (opcional na Zen pelo preço de R$ 1.990), com tela de sete polegadas sensível ao toque, com GPS integrado, bluetooth e câmera de ré, entre outros recursos. Há também comandos-satélite para controlar o sistema.
Toda a gama inclui de série o controle de velocidade de cruzeiro, com o limitador de velocidade. Sensores crepuscular e de chuva e retrovisores laterais rebatíveis eletricamente são itens de conveniência presentes no Captur. A direção é do tipo eletro-hidráulico.
O pacote de segurança inclui, de série em ambas as versões, os controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e de tração (ASR). O SUV oferece quatro airbags de série (dois frontais e dois laterais). Sistema de fixação Isoix para duas cadeirinhas infantis no banco traseiro garante a segurança no transporte de crianças. A assistência para arrancadas em ladeiras é acionada quando o carro se encontra em uma inclinação superior a 3°. Esse sistema freia o carro por até dois segundos. O Captur também é equipado com luzes de conversão chamadas “Cornering Lights”, integradas aos faróis de neblina dianteiros. Essas são acionadas automaticamente ao girar o volante, permitindo melhor visibilidade em áreas de menor luminosidade. Também câmera de ré e sensores de estacionamento traseiros fazem parte do pacote do segurança.
Jogo rápido
Curiosamente, na Rússia, o nome do modelo é grafado com “K”, na letra inicial, herança da Dacia, romena, que pertence à Renault. Na Europa, outro Captur, de dimensões pouco menores, mas com “C”, é produzido na Espanha e se baseia no atual Clio europeu.
O Captur rodou mais de 1 milhão de quilômetros antes de ser lançado.
Câmbio automático de quatro marchas destoa
Introduzido na linha Renault no fim do ano passado, o novo 1.6 16V SCe empurra a versão de entrada do Captur. São 120 cv com etanol e 118 cv rpm, sempre a 5.500 rpm. O torque é de 16,2 kgfm a 4.000 rpm, com etanol ou gasolina. Com esse motor, o SUV tem uma transmissão manual de cinco velocidades.
O motor 2.0 16V tem 148 cv a 5.750 rpm quando abastecido com etanol e 143 cv – a mesma rotação – quando abastecido com gasolina. O torque é de 20,9 kgfm, quando abastecido com etanol, e 20,2 kgfm com gasolina, ambos a 4.000 rotações. O câmbio, neste caso, é automático de quatro velocidades. Seus concorrentes contam com caixas mais modernas, com câmbio de seis velocidades.