A combinação de engarrafamentos e olhos vidrados na telinha dos celulares está tornando os recursos de assistência à condução e até os sistemas de direção semiautônoma bastante atraentes. E como sempre acontece na indústria, as novidades começam pelos modelos mais sofisticados. Como acontece com o novo Classe E, da Mercedes-Benz. O sedã agrega diversos dispositivos, tanto para facilitar quanto para assegurar a vida do motorista.
O sedã médio-grande alemão desembarca no país apenas na configuração E250 e em duas versões de acabamento: Avantgard e Exclusive, por R$ 309,9 mil e R$ 319,9 mil, respectivamente. Um terceiro pacote de equipamentos, baseado na versão Exclusive, será oferecido nas 60 unidades da Launch Edition, por R$ 325,9 mil. As diferenças entre elas se resumem a detalhes estéticos, como a grade, as rodas e detalhes no interior – mais esportivos na Avantgard e mais clássicos na Exclusive. Os pacotes dinâmicos e de segurança são idênticos em todas elas. A E250 sempre traz os novos faróis, batizados de Multibeam Led, que consistem em uma placa eletrônica no fundo da lente com 84 LEDs que têm intensidade variável e trabalham individualmente. O sistema permite, por exemplo, criar uma sombra sobre um carro que vem em sentido contrário para evitar ofuscamento ou aumentar a luminosidade na lateral em uma curva.
O pacote principal de direção semiautônoma é chamado de Driving Assistance, e reúne o Drive Pilot e o Steering Assist. O primeiro é praticamente um piloto automático. Além de ser um controle de cruzeiro adaptativo, é capaz de ler faixas do pavimento ou acompanhar o automóvel da frente a até 210 km/h, caso não haja faixas. No caso de um desvio de trajetória, o sistema alerta o motorista com uma vibração no volante. Se não houver reação, ele devolve o carro à faixa utilizando os freios, sem intervir no volante. Em outros casos, o sistema até intervém no volante, desde que o motorista inicie o movimento de desvio – isso acontece no caso de ser detectado um pedestre.
Há ainda o Active Brake Assist, ou assistente ativo de freio. Quando detecta a iminência de uma colisão ou um atropelamento, esse sistema, primeiro alerta o motorista. Se não houver resposta, ele freia o carro até a parada total. Esse mesmo sistema atua no caso de fluxo de trânsito cruzado. Ele detecta a chegada de um carro na transversal e freia o veículo para evitar a colisão. Outro recurso de condução semiautônoma que chama atenção no Classe E é o sistema superevoluído de estacionamento automático. Ele pode parar o carro em vagas paralelas ou transversais de frente ou de ré. E para isso basta que o motorista indique a intenção de estacionar. Quando a vaga é encontrada, o piloto vira, literalmente, passageiro. Freio, acelerador e baliza fica completamente a cargo do Parktronic.
Intervenções pontuais
Por enquanto, os automóveis não são tão autônomos a ponto de se evocar as famosas Leis da Robótica, criadas pelo escritor americano nascido na Rússia Isaac Asimov, ainda nos anos 50. Mas a ideia básica das leis, de proteger os humanos do poderio físico das máquinas, ganha cada vez mais sentido. Por enquanto, no Classe E, o automóvel espera pela decisão do motorista. No caso do sistema Steering Assist, em que ele espera um movimento inicial no volante para então realizar o desvio completo. Em outros, como o do Active Break Assist, o motorista pode sofrer um derrame, e, ainda assim, o carro vai evitar a colisão com um obstáculo à frente.
Os radares na frente, na traseira e nas laterais e a câmera instalada no alto do para-brisa – estéreo, para ganhar profundidade – criam uma bolha de monitoramento em torno do Classe E. Ainda assim, o motorista se sente no comando. As intervenções são sempre elegantes e suaves – mesmo nas frenagens de emergência. Se o motorista está distraído durante um incidente, fica clara a atuação do carro. Mas se ele atuar na ocasião, pode ficar difícil perceber se o carro auxiliou com algum recurso eletrônico.
Além disso tudo, o Classe E tem boas credenciais dinâmicas. O motor de 211 cv e 35,7 kgfm empurra com facilidade o sedã de pouco mais de 1,6 tonelada. É menos pesado que a nona geração, apesar de ter crescido 4,3 cm no comprimento e 6,5 cm no entre-eixos. O espaço interno não só aumentou, como ganhou um ar mais tecnológico.
Ficha técnica
Motor: gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.991 cm3, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, comando duplo de válvulas variáveis na admissão e no escape.
Transmissão: automática com 9 marchas; tração dianteira.
Potência: 211 cv a 5.500 rpm.
Torque: 35,7 kgfm entre 1.200 rpm e 4.000 rpm.
Dinâmica também é destaque no alemão
O poder de atração do novo Classe E, no entanto, não fica restrito a sistema de conforto e segurança. Embora chegue ao Brasil com um dos trens de força menos apimentados da linha – 2.0 turbo de 211 cv de potência e 35,7 kgfm de torque. O zero a 100 km/h é feito em 6,9 s, e a máxima fica em 250 km/h, por limitador eletrônico.
Nessa dinâmica, ajudam bastante o câmbio de nove marchas, 9G-tronic, e a perda de peso dessa décima geração em relação à antecessora. Seus 1.615 kg representam 65 kg a menos. Além disso, o sedã traz de série o sistema Agility Control, capaz de alterar a altura da suspensão e a rigidez dos amortecedores. Ele se integra ao Dynamic Select, que também altera as reações do motor, do volante e do câmbio.