Se antes ele era artigo de luxo nos automóveis no Brasil, hoje o ar-condicionado é praticamente item de série em quase todos os carros novos e seminovos à venda no país. Mas, afinal, o gás do ar do carro acaba? Ele exige alguma manutenção preventiva?
Apesar de ele ter ficado popular, essas e outras dúvidas ainda cercam o indispensável equipamento de conforto. Segundo o gerente dos centros automotivos Porto Seguro, Marcos Iombriller, é recomendado que uma manutenção do ar seja feita a cada seis meses ou 30 mil quilômetros rodados, o que acontecer primeiro. “O motorista deve ficar atento e observar se, ao ligar, há mau cheiro e também se os passageiros começam a espirrar ou respirar com dificuldade”, orienta.
Outro indício de que o sistema precisa de uma manutenção é quando pode ser percebida uma demora excessiva para o ar “gelar” a cabine do carro. Nesse caso, pode ser que o gás refrigerante esteja vazando. A manutenção do ar-condicionado é, geralmente, realizada em duas partes: higienização e limpeza da tubulação. A primeira envolve a troca do filtro de partículas (também chamado de antipólen). Já a segunda etapa é feita por meio de um spray próprio de limpeza do sistema, que é homologado pela maioria das montadoras.
É verdade que o consumo de combustível aumenta com o ar ligado, mas o motorista pode tomar alguns cuidados para que esse impacto seja menor. Entre eles, manter o filtro do ar-condicionado em boas condições, fazendo com que o equipamento não precise exercer um esforço maior que o necessário.
Mito puro
Na estrada, por exemplo, muitos motoristas abrem os vidros e desligam o ar, acreditando que assim economizam combustível, mas o efeito é totalmente contrário, já que as janelas abertas comprometem a aerodinâmica do carro sobretudo acima de 70km/h. O melhor mesmo é fechar os vidros e ligar o ar.
Para desumidificar o sistema e diminuir a proliferação de fungos e bactérias dentro da tubulação, também é sempre interessante desligar o ar e deixar só o ventilador ligado alguns quilômetros antes de chegar a seu destino.
Troca do gás
Precisa ou não? Se o sistema e a tubulação não forem danificadas, a resposta é não. Segundo Geraldo Arantes, instrutor do Senai e autor do livro “Climatização Automotiva”, os fluidos do ar-condicionado não se esgotam e têm validade indeterminada, pois são substâncias estáveis e circulam em um sistema hermeticamente fechado.
Mas é indicada. Por pura precaução, as fabricantes até recomendam que o gás do ar seja trocado a cada cinco anos. Isso porque a circulação dele é feita, em grande por parte, por meio de mangueiras de borracha, que podem contaminá-lo com o passar dos anos.
Use sem moderação. O ar-condicionado do carro possui lubrificação própria, e é a inatividade do equipamento que pode comprometer sua eficiência, além de danificar peças do sistema e causar vazamento ou escape total do gás.