Moscou, Rússia. O game “Pokémon Go” ainda não está disponível na Rússia, mas em Moscou é possível improvisar a caçada virtual com as figuras digitalizadas de Ivan, o Terrível, Alexander Pushkin e Yuri Gagarin. Na tela do smartphone, o ponteiro da bússola aponta para a entrada da praça Vermelha. A distância até o objetivo vai diminuindo aos poucos e, de repente, abre a tela da câmera fotográfica.
Mais alguns movimentos em volta de si mesmo e surge a imagem de um personagem barbudo, com casaco de pele e um cetro de ouro na mão. É nesse momento que se pode capturar a figura, como se faria com um pokémon. O objetivo não é, porém, caçá-lo para domesticá-lo, mas para tirar fotos em todas as poses imagináveis ao lado do primeiro czar da Rússia, Ivan, o Terrível.
É o aplicativo Descubra Moscou Foto, criado pela prefeitura da capital russa para telefones Apple ou Android, e que inclui a tecnologia de realidade aumentada, que enriquece o mundo real com elementos virtuais através das câmeras dos celulares, graças à geolocalização.
Pode-se capturar nove personagens históricos em vários lugares de Moscou, que não foram selecionados com base em um algoritmo, mas na sua relação com a história. Entre os escolhidos estão o imperador Pedro, o Grande, o compositor Piotr Chaikovski, o escritor Alexander Pushkin, o cosmonauta Yuri Gagarin e até Napoleão Bonaparte.
A ideia é oferecer aos visitantes um meio lúdico para percorrer a capital e aprender sobre sua história. A partir de cada personagem, o usuário pode acessar outro aplicativo, Descubra Moscou, que propõe informações e conselhos para os turistas.
A prefeitura, que investiu cerca de US$ 15 mil no projeto, não nega que seu aplicativo seja parecido com “Pokémon Go”, mas garante que começou a desenvolver o programa há três anos. O jogo “Pokémon Go”, um sucesso mundial, ainda não foi lançado oficialmente na Rússia, embora os fãs mais engenhosos tenham encontrado maneiras de baixá-lo. “O lançamento de ‘Pokémon Go’ deu um impulso” ao aplicativo da Prefeitura de Moscou, afirmou Kirill Kuznetsov, responsável pelo projeto.
“Alguns nos acusaram de ter roubado a ideia, mas, na realidade, o plano começou a ser criado há três anos, coincidindo com o início do desenvolvimento da realidade aumentada”, disse Kuznetsov. Depois disso, foi necessário esperar até encontrar uma tecnologia acessível para digitalizar os personagens em três dimensões, detalhou.
Gente. Para Maxim Malychev, diretor da Notamedia, empresa de design gráfico que fez o app, o mais complicado foi encontrar atores que se pareçam com os personagens.