As fraturas provocadas por todo tipo de trauma (acidentes de trânsito, objetos, agressões, quedas, entre outros) já levaram, somente neste ano, 36.931 pessoas ao pronto-socorro do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Em 2015, foram mais de 76 mil atendimentos. E o trauma é a causa de 5,8 milhões de mortes por ano no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – dado que corresponde a 10% de todos os óbitos.
Afastado do trabalho há mais de dois anos, por causa de uma fratura exposta na perna direita após um acidente de moto, o auxiliar de expedição paulista, Douglas Santana, 21, desde então passa por diversos procedimentos. “Fraturei a tíbia e da fíbula em 2014. Já fiz mais de três cirurgias, enxerto ósseo tirado do joelho e da bacia, mas em fevereiro desse ano quebrei a perna de novo”, conta.
Os traumas provocados por acidentes de trânsito são responsáveis pela ocupação de 90% dos leitos hospitalares de urgência atualmente no país (enfermarias e UTIs), segundo o ortopedista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia de Minas Gerais (SBOT) Carlos César Vassalo.
“Esse tipo de acidente tem levado a fraturas cada vez mais complexas, que atingem principalmente a região dos ossos longos dos membros inferiores (fêmur e a tíbia), a região torácica e da coluna toracolombar, provocando muitos casos de afastamentos por invalidez definitiva”, afirma.
Segundo Vassalo, para o tratamento desses ferimentos complexos, as maiores novidades na área são hastes intramedulares, placas para tratamento minimamente invasivo e parafusos com alta “pega” ao osso. “São novas tecnologias que permitem o restabelecimento mais rápido dos pacientes politraumatizados e a consolidação mais eficiente da fratura”, diz.
No caso das próteses, os maiores avanços estão nos materiais. As opções de cerâmica e polietileno possuem alta resistência e durabilidade maior, chegando a até 20 anos. “O avanço na medicina esportiva também já consegue recuperar atletas para que eles retornem aos níveis de competição”, afirma o ortopedista.
Evento. Para discutir esses e outros temas, profissionais da área ortopédica se reunirão de hoje até sábado no 20º Congresso Mineiro de Ortopedia e Traumatologia, que acontece no Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte. Informações no site www.congressomineiro2016.com.br, ou pelo telefone (31) 3273-3066.
Flash
Em 2014. Mais de 156 mil pessoas (14.845 em Minas) morreram por algum tipo de trauma no país, sendo 44.803 causados por algum meio de transporte, segundo o Ministério da Saúde.
Gravidade
Dados. O trauma é a terceira causa de morte geral e a primeira até os 29 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).
Lesões musculares são mais comuns durante o inverno
Durante o inverno, as distensões e estiramentos – tipos de lesões musculares mais comuns entre a população brasileira – se tornam ainda mais frequentes, principalmente entre as pessoas com menos preparo físico. Por isso, é necessário uma atenção maior ao problema.
Isso acontece porque, segundo o ortopedista do Hospital San Paolo, em São Paulo, Antônio Alexandre Faria, a baixa temperatura provoca o aumento da contração muscular para preservar mais sangue em áreas nobres (coração, pulmão, etc.). “Isso é um mecanismo de defesa para preservar o calor do corpo”, afirma.
Para evitar lesões musculares, Faria orienta o alongamento e o aquecimento antes da atividade física. Agasalhar-se também é importante, diminuindo assim a contração muscular involuntária. (LM)