Em tempos de Donald Trump e do acirramento do terrorismo no mundo, como estão as liberações de entradas de turistas nos países? Segundo os especialistas, tirar visto para os Estados Unidos, o destino número um na preferência dos brasileiros, está mais difícil. Por outro lado, o Canadá, que sempre teve um processo mais burocrático, adotou uma autorização online para os brasileiros que possuem o visto norte-americano, desde que não seja de estudante. Já os países europeus continuam sem exigir visto.
Embora o Consulado Geral dos EUA no Brasil ainda não tenha divulgado os números de 2017, acredita-se que, desde a posse do presidente Donald Trump, em janeiro de 2017, tenha ocorrido um aumento do número de vistos negados aos brasileiros.
Para o diretor da Visamundo, Carlos Quintão, isso se deve a dois fatores: o primeiro, embora não admitido pelas autoridades diplomáticas, pode ser atribuído à nova política de imigração do governo Trump; o segundo é que, com o maior rigor na exigência de documentos de comprovação de vínculos econômicos e sociais com o Brasil, muitos solicitantes de visto vão despreparados para a entrevista.
“Por isso, ao protocolar um pedido de visto, o requerente precisa estar bem-orientado, tanto para o preenchimento do cadastro quanto para a entrevista e a apresentação de documentos exigidos”, lembra Quintão.
Mesmo que os países europeus continuem sem exigir visto, os visitantes também têm que ficar atentos ao visitar o Velho Mundo, pois as alfândegas estão mais exigentes com entrevistas e apresentação de documentos como vouchers de hotéis e bilhetes de retorno ao país de origem.
Pegadinha canadense
Se você pretende ir ao Canadá com seu visto norte-americano, Carlos Quintão chama atenção para a abrangência da autorização online. Segundo ele, ela só é válida para entrada no país via aérea. Caso o turista pretenda chegar lá por outros meios de transporte (carro, trem ou navio), o acesso só é permitido com o visto canadense convencional.
Brasil amplia política de autorização online
Como o intercâmbio de visitantes entre os países é, normalmente, gerido por uma política de reciprocidade, o Brasil vem adotando a concessão de autorizações online para os turistas de alguns países. O objetivo é gerar emprego e renda por meio do setor turístico, ao garantir o aumento de visitantes desses países, como é o caso do Japão, cuja facilidade passou a vigorar no último dia 11, e a expectativa é que venha a atrair 25% a mais de turistas nipônicos.
Essa iniciativa, que faz parte de um conjunto de ações denominado Brasil + Turismo, coordenado pelo Ministério do Turismo, teve como primeiro beneficiário a Austrália, em novembro do ano passado. No dia 18 de janeiro, foi a vez de os canadenses também ganharem o visto eletrônico para o Brasil.
Mesmo ainda sem essa reciprocidade dos EUA (a exemplo do Japão), no dia 25 foi a vez dos norte-americanos ganharem o visto eletrônico, cujo processo dura, no máximo, 72 horas, e a taxa consular caiu de US$ 160 para US$ 40. Depois da Argentina – só requer carteira de identidade para o trânsito de cidadãos entre os dois países –, os EUA são o segundo maior emissor de turistas para o Brasil.
Saiba mais
Canadá
Autorização Eletrônica de Viagem (eTA). Preço: CAD$ 7
Visto impresso. Preços: R$ 255 (taxa consular) + R$ 85 (taxa Vat) + R$ 75 (devolução de passaporte; só se o solicitante não for buscar) Validade: Até 5 anos
Site: http://www.canadainternational.gc.ca
Estados Unidos
Visto impresso. Preços: R$ 528 (taxa consular, referente a US$ 160) + R$ 31 (devolução de passaporte)
Validade: Até 10 anos
Site: https://br.usembassy.gov/pt/visas-pt/
Austrália
Autorização Eletrônica de Viagem (eTA). Preço: AU$ 140 (taxa consular)
Site: https://australiabrasil.com.br/visto/
Japão
Visto impresso. Preços: R$ 97 (taxa consular para visto de uma entrada) e R$ 194 (dupla ou múltiplas entradas). Taxas válidas até 31/3/2018
Validade: Até 3 anos
Site: http://www.br.emb-japan.go.jp/itpr_pt/visto.html