Polêmica

Viciados recebem dinheiro para tomar vacinas 

Estudo mostra que o equivalente a US$ 50 aumenta presença em postos


Publicado em 25 de abril de 2014 | 03:00
 
 
 
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Pagar viciados em heroína o equivalente a US$ 50 cada para que recebam uma série de três vacinas por mês foi uma forma extremamente eficaz de imunizá-los contra a hepatite B, diz um novo estudo publicado no Reino Unido. Os viciados que recebiam dinheiro não apenas recebiam as três vacinas, mas 80% deles apareciam no horário para as reuniões, segundo os autores do estudo.

A hepatite B é muito mais comum em países pobres, especialmente na Ásia e na África, onde geralmente a doença passa da mãe para os filhos. A doença é 50 vezes mais infecciosa que o HIV e pode ser transmitida até mesmo pelo compartilhamento de uma escova de dentes – sem falar, é claro, das seringas.

Para o estudo, publicado pela revista científica The Lancet na semana passada, os pesquisadores de três faculdades londrinas dividiram 210 viciados que estavam passando por uma terapia de substituição de opiáceos em três grupos: os que simplesmente receberam as vacinas de graça, os que receberam 10 libras em tickets para o supermercado, e os que receberam cinco libras na primeira, 10 na segunda e 15 na terceira.

Polêmica. “É difícil para os contribuintes compreenderem a ideia de dar dinheiro a usuários de drogas”, afirmou Nicola Metrebian, pesquisador do King’s College London e um dos autores do estudo. “Mas esse é um valor muito baixo comparado ao custo do tratamento do câncer de fígado”.

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