Impulso

Pequenos eventos garantem faturamento de restaurantes 

Crise econômica estimula comemorações apenas para os mais íntimos e movimenta o setor

Qua, 16/11/16 - 02h00

Seja pela preferência em comemorar apenas com os amigos mais íntimos, seja para economizar em tempos de crise, ou pelos dois fatores combinados, os pequenos eventos, entre eles os “miniweddings”, vêm ajudando a impulsionar os negócios de restaurantes de Belo Horizonte. E, dependendo da época do ano, podem responder por até 60% da receita. “A vantagem dos eventos é a garantia do faturamento”, diz o proprietário do Vitelo’s, Guilherme Garzon.

Ele conta que a demanda começou a se intensificar no segundo semestre do ano passado. Para o empresário, com o orçamento mais enxuto em função da crise, as pessoas começaram a optar por eventos menores, tanto para casamento quanto para formaturas e bodas. “Só que não é apenas o lado financeiro que interfere na opção por eventos menores. Algumas pessoas preferem confraternizações com as pessoas mais próximas”, diz.

Garzon diz que em seu restaurante, no bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul de Belo Horizonte, os eventos empresariais lideram, mas são seguidos por casamentos e formaturas. O local tem capacidade para receber até 300 pessoas, sendo que a preferência dos clientes tem sido para festas com entre 80 e 120 convidados.

Nos meses de novembro e dezembro, os eventos chegam a responder por cerca de 60% do faturamento do Vitelo’s. Durante os outros meses do ano, a participação varia de 40% a 45%. O empresário explica que há vários tipos de pacote, desde o que contempla apenas a locação do espaço até uma festa completa.

Preferência. A fonoaudióloga Carolina Fernanda Almeida dos Anjos, que vai festejar seu casamento dia 15 do próximo mês, é uma das adeptas do “miniwedding”. “Eu e meu noivo sempre pensamos em algo menor. Não é por questão econômica. É que um evento grande não faz sentido para nós”, diz, em meio aos preparativos.

Carolina vai comemorar a sua união no Cantim Noir, no bairro São Lucas, região Leste da capital. “Além da qualidade da comida, senti segurança, atenção com a personalização”, elogia.

No restaurante, os pequenos casamentos são o segundo evento mais procurado pelos clientes, atrás apenas dos aniversários. “A procura pelo ‘miniwedding’ neste ano se intensificou. A demanda cresceu em torno de 60% frente ao ano passado”, conta a proprietária do restaurante, Ione Romualdo da Silva.

Para ela, o impacto da crise no orçamento das pessoas é um dos motivos para o incremento na opção pelo pequeno casamento. “Com uma comemoração menor, os casais podem investir em outras coisas, como uma boa viagem”, observa.

Os casamentos de menor porte respondem por 30% dos eventos recebidos pela casa. O primeiro lugar é ocupado pela comemoração de aniversários, com cerca de 60% do total.

 

Potencial

Mercado ainda é pouco explorado

Os eventos de pequeno porte ajudam nos negócios de outros ramos da alimentação fora do lar, como as confeitarias. Depois de ter optado ela mesma por um “miniwedding”, no ano passado, a proprietária da La Parisserie, Mariana Correa da Cunha, há um ano atende a pequenos eventos, como casamentos para poucos convidados e chás de lingerie e de bebês. “Como é artesanal e trabalho sozinha, não tem como fazer um evento grande. Há casos em que atendo só uma parte do evento, como por exemplo, uma mesa de café da manhã”, conta.

Ela diz que percebeu que havia mercado. “Muitos cerimoniais não se interessam por eventos menores”, observa. Atualmente, em torno de 30% das vendas da confeitaria inspirada nos doces franceses são para eventos. (JG)

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