Juiz de Fora

Em ação de cinema, bandidos fazem 18 reféns em empresa de valores

Bando fortemente armado sequestrou gerente e família na noite anterior ao crime, ameaçou parentes de vigilantes e até cortaram o fio da internet para evitar que o roubo fosse filmado; informação é de que 5 milhões em reais, euros e dólares foram levados

Sáb, 03/06/17 - 10h36
Suspeitos fizeram 18 pessoas reféns na sede da empresa e fugiram levando grande quantia em dinheiro | Foto: REPRODUÇÃO / TV INTEGRAÇÃO

Continuam neste sábado (3) as buscas pelo bando que fez 18 pessoas reféns em uma empresa de valores e fugiram levando uma grande quantia de dinheiro, na manhã desta sexta-feira (2), em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A ação da quadrilha teve início na noite anterior, quando um gerente foi sequestrado e parentes de vigilantes foram ameaçados para que a entrada na empresa acontecesse.

De acordo com as informações da Polícia Militar (PM), eles foram acionados por volta das 9h35 de sexta na sede da empresa Brink's, que fica no bairro Cerâmica, às margens da BR-267. Lá os militares foram informados por um gerente que saiu do trabalho por volta das 18h10 de quinta-feira e, quando chegou ao estacionamento de seu prédio, cerca de meia-hora depois, foi abordado e rendido por dois indivíduos armados de pistolas.

O funcionário foi levado até o carro dos autores, onde ficou por cerca de 20 minutos, enquanto os suspeitos foram até o apartamento do gerente e renderam sua esposa e o motorista dela. Foi então que os homens informaram que sabiam tudo sobre a vida da vítima, sua rotina de trabalho, que o seguiram várias vezes quanto ele foi até Belo Horizonte, perguntando então como fariam para conseguir entrar na empresa de valores.

Com a negativa do gerente, que alegou que os vigilantes não abririam a porta de entrada, os assaltantes colocaram a vítima no porta-malas de um veículo foram até um cativeiro, onde fizeram refém o caseiro de um sítio e a esposa dele. Sob constante ameaça de morte, os bandidos entregaram o telefone para a mulher do gerente e disseram então que o filho do casal foi rendido na capital mineira e que ele morreria se o pai não colaborasse com a quadrilha.

As vítimas foram torturadas física e psicologicamente durante toda a permanência no cativeiro, que fica em um condomínio no bairro Granja do Sol, para que passasse informações da empresa que facilitariam a entrada. Por volta das 5h de sexta, eles saíram do sítio e foram até a cada de um dos vigilantes da Brink's, que também foi rendido juntamente com sua família e, em seguida, foram para a sede da empresa.

Ainda conforme a PM, o vigilante era aquele que assumiria o lugar do vigia que fez o turno noturno, sendo que assim que ele entrou para o trabalho, os suspeitos fizeram uma ligação para ele mandando que o portão fosse aberto. Foi então que os 12 homens, armados com pistolas e até fuzis, invadiram a empresa e fizeram todos os funcionários reféns, que foram obrigados a entrar em um banheiro e ficarem de joelho enquanto eles carregavam o dinheiro que estava em um cofre.


Quadrilha levou cerca de 5 milhões entre reais, euros e dólares

As informações colhidas pela PM com os funcionários feitos reféns indicou que a quadrilha conseguiu fugir com cerca de 5 milhões entre notas de real, euro e dólar. Todo o dinheiro foi colocado em um Fiat Uno do gerente que foi o primeiro a ser rendido e, logo em seguida, fugiram em um comboio com diversos veículos fazendo a escolta.

Outra informação repassada pelas vítimas foi que eram cerca de 12 autores que estavam encapuzados e o homem que parecia liderar o grupo tinha sotaque nordestino. Além disso, durante o roubo, um indivíduo vestido com uniforme da Telemont chegou a colocar uma escada em frente à empresa e cortou o fio de internet, o que impediu que a ação fosse filmada pelas câmeras.

Até o momento, somente um carro que teria sido utilizado pela quadrilha foi localizado, um Volkswagen Jetta Variant preto com placa de Belo Horizonte.

Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC) informou que ainda na sexta-feira a delegacia local iniciou as investigações, ouvindo os funcionários e fazendo diligências pelos suspeitos juntamente com a PM. Mais detalhes não serão divulgados no momento para não prejudicar as investigações. Nos próximos dias a corporação deverá convocar uma coletiva de imprensa.  

A reportagem de O TEMPO também tentou contato com a assessoria de imprensa da Brink's, mas até o momento ninguém foi localizado para falar sobre o assunto. 

Atualizada às 13h31

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