CRIME

Professora e filha são assassinadas a facadas dentro de casa em Betim

Suspeita da polícia é que houve crime passional, já que não havia sinais de arrombamento e furto na residência

Ter, 17/10/17 - 18h55

Um dos sonhos da professora infantil Jane de Fátima Gandra, de 41 anos, era concluir a obra da sua casa na rua Caramuru, no bairro Laranjeiras, em Betim, na região metropolitana, onde morava com a filha Camila Loureira Gandra, de apenas 5 anos. Mas os planos de Jane foram interrompidos nesta terça-feira (17) quando a professora foi brutalmente assassinada com 34 facadas no rosto e no peito. Ela foi encontrada por policiais e por um de seus irmãos já morta na cama de seu quarto. Já a menina foi assassinada após sofrer um corte profundo no pescoço na sala da residência.

O crime foi descoberto pela Polícia Militar (PM) após uma denúncia anônima. Quando os militares chegaram ao local, no início da tarde, um dos irmãos da vítima já estava na residência, pois  funcionários da escola onde Jane trabalhava avisaram que ela não aparecia na instituição há dois dias. A suspeita da PM é que seja um crime passional, já que segundo o sargento Cláudio Araújo, do 66º Batalhão da PM de Betim, não havia sinais de arrombamento na casa nem de furto de objetos.

“A casa está intacta. Então, tudo leva a crer que seja um crime passional, já que vizinhos também disseram que ela tinha um relacionamento recente. Mas ainda não podemos afirmar nada. A cena que encontramos  na casa foi chocante, com  a criança deitada na sala e a mãe em cima da cama, com sangue para todo o lado. Encontrar uma criança de apenas 5 anos daquela forma, toda ensaguentada, é uma cena que choca a gente. Ficamos todos emocionados. A pessoa que comete um crime desses só pode ser um monstro”, disse o sargento, acrescentando que o duplo assassinado deve ter ocorrido entre a madrugada e a manhã desta terça, já que as vítimas foram vistas por vizinhos caminhando pelo bairro na noite dessa segunda (16).

O crime brutal também assustou vizinhos e familiares de Jane. Segundo um dos irmãos da vítima, o pedreiro Ricardo de Souza Gandra, Jane tinha passado a semana do Dia das Crianças com os pais na cidade natal deles, São Domingos do Prata, no Centro-Oeste de Minas Gerais, e tinha voltado nesta semana. De acordo com o irmão, Jane era viúva há quatro anos, mas eles não sabiam se ela estava namorando.

“Na escolinha em que  Jane trabalhava, os funcionários tinham o número da minha outra irmã. Eles ligaram para ela avisando que havia dois dias que a Jane não ia trabalhar. Então, viemos até a  casa dela e, quando chegamos, vimos que o carro estava na garagem e que o portão estava fechado, ou seja, que não havia nenhum sinal de arrombamento. Foi aí que meu irmão que tinha a chave da casa abriu a porta e viu o crime.  Minha irmã era honesta, trabalhadora e uma mãe dedicada à filha. Não sei se minha irmã estava namorando, mas espero que quem fez isso com ela e com a minha sobrinha se arrependa e se entregue para a polícia. Eu tenho muita fé que isso vai acontecer”, contou o irmão.
Segundo Gandra, seu pai estava em estado de choque. “Ele está desesperado. Não existe coisa pior do que um pai enterrar um filho ou uma filha. O destino dos pais tem que ser ver o filho até o último dia de vida deles. A nossa família está vivendo um momento muito difícil. Nem sei nem dizer”, desabafou o irmão, emocionado.

Uma das vizinhas da vítima, que não quis se identificar, disse que viu Jane passeando com a filha de bicicleta na noite de anteontem. Segundo ela, Jane era uma pessoa tranquila, brincalhona e trabalhadora. “Um dos sonhos dela era concluir a obra da sua casa. Os irmãos iam ajudá-la. Ela falava que queria terminar a casa até o fim do ano. Mas, infelizmente, um monstro destruiu os sonhos dela”.

Os corpos de Jane e da filha foram encaminhados para o Instituto Médio Legal (IML) de Betim, e o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.