Pampulha

Travesti é baleada dentro de carro e morre no bairro Santa Branca

A vítima tem 26 anos e foi vista saindo do banco do passageiro de um veículo logo após a testemunha ouvir o som de um disparo de arma de fogo

Sex, 02/06/17 - 09h24
Testemunha viu vítima sair de carro já baleada na esquina das ruas Teles de Menezes e Antero de Quental | Foto: REPRODUÇÃO / GOOGLE STREET VIEW

Ouça a notícia

Uma travesti foi assassinada em Belo Horizonte, na madrugada desta sexta-feira (2), no bairro Santa Branca, na região da Pampulha. A vítima tem 26 anos e foi vista saindo do banco do passageiro de um veículo logo após uma testemunha ouvir o som de um disparo de arma de fogo.

Era por volta de 1h35 quando uma testemunha que andava pela rua Teles de Menezes avistou um carro prata estacionado próximo da esquina com a rua Antero de Quental e, logo em seguida, escutou um barulho semelhante à um disparo de arma de fogo vindo do interior do veículo, segundo as informações da Polícia Militar (PM).

A pessoa viu ainda a travesti saindo da porta do passageiro dianteira do carro, já bastante ensanguentada. Ela saiu correndo, mas caiu logo em seguida já desacordada. O disparo atingiu a perna esquerda da vítima, onde passa a artéria femoral, que provavelmente foi atingida e pode ter causado sua morte.

A testemunha relatou ainda que saiu correndo ao presenciar o crime, mas que ainda escutou outros disparos. O carro fugiu em direção à avenida Pedro I.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, chegou a prestar os primeiros atendimentos, porém, ela não resistiu ao disparo e morreu no local. A ocorrência foi encerrada na Central de Flagrantes (Ceflan) 4.

66ª travesti ou trans morta no Brasil neste ano

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 65 travestis e trans haviam sido assassinadas no Brasil somente em 2017. Com isso, a morte registrada na capital mineira passa a ser a 66ª trans morta no país. 

A entidade criou um mapa com base em dados de notícias de jornais, ocorrências policiais e de movimentos LGBTs, que tem o objetivo de facilitar a visibilidade à situação desta população. Por meio dele, é possível visualizar cada caso, o nome da vítima, local e forma do crime. A reportagem completa sobre o mapa pode ser lida AQUI.

São Paulo é o Estado que mais mata por transfobia, com sete casos este ano, seguido do Ceará (seis casos). Com a travesti assassinada nesta madrugada em BH, a capital mineira chega a seis casos, dividindo a posição de segundo estado que mais mata trans e travesti com o Ceará. 

"Obviamente este número é ainda maior, pois nós contabilizamos os casos que nos chegam e os que aparecem na imprensa, mas muitos casos ainda não são reportados, em muitos casos a vítima, que é travesti ou trans, é descrita como 'homossexual' ou 'homem vestido de mulher'", explica Bruna Benevides, secretária da Antra.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.