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Eleições em BH: Engler quer parceria com igrejas para recuperar moradores de rua

Candidato defende que boa parte dos moradores de rua de Belo Horizonte são jovens que precisam ser reinseridos no mercado de trabalho

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 29 de outubro de 2020 | 14:00
 
 
Bruno Engler critica tese do ‘abuso de poder religioso’ Foto: Lucas Henrique Gomes / O TEMPO

O deputado estadual e candidato à Prefeitura de Belo Horizonte Bruno Engler (PRTB) quer buscar parcerias com igrejas e o terceiro setor para recuperar os moradores de rua da capital mineira. Nas ações do programa de governo do postulante ao Executivo estão “estabelecer políticas públicas de acolhimento para a população de rua” e “melhorar o acolhimento dos idosos”.

Engler, entretanto, ressalta que as formas de acolhimento de ambos os públicos são diferentes.  “A questão dos moradores de rua de fato é melhorar a estrutura que a gente tem de acolhimento e buscar parcerias também com igrejas, com o terceiro setor para fazer o acolhimento dessas pessoas e principalmente parcerias para programas de profissionalização. A questão dos idosos já é em uma fase mais posterior da vida e é mais garantir um sistema de acolhimento confortável, eficiente e buscar também essas parcerias com o terceiro setor, com lares de idosos para que a gente possa garantir que a população que necessita de um lugar para ficar não passe por necessidade”, explicou.

O candidato entende que boa parte dos moradores de rua na capital é formada por jovens e que precisam da oportunidade de voltar ao mercado de trabalho e se reestruturar.

Um cenário que também não pode ser esquecido, na visão de Engler, é dos dependentes químicos que têm as ruas da capital como morada. Embora o candidato ache que essas pessoas estão “um passo atrás” das demais, ele também apresentou propostas de acolhimento para quem está no mundo das drogas. 

“Está um passo atrás no sentido de que primeiro é preciso tirar essa pessoa do mundo das drogas para depois buscar uma oportunidade de trabalho, uma profissionalização. Então a gente vai buscar também parcerias, a gente sabe que tem muitas igrejas que têm a qualidade para fazer isso de tentar fazer mesmo programas de reabilitação que tiram as pessoas do vício. A gente precisa primeiro tirar a pessoa do vício porque a pessoa viciada ela não consegue produzir nada, ela acaba sendo um peso para os seus familiares, seus entes queridos, então primeiro passo é buscar um acolhimento para a reabilitação dessas pessoas, tirar essas pessoas do vício para depois buscar uma reintegração no mercado de trabalho”, declarou.

Engler frisou o compromisso de não ter essa população como invisível em um possível mandato. Para ele, o primeiro passo é reconhecer que as drogas estão inseridas em um problema social.

“A gente não pode ter a abordagem como outras visões políticas de que droga é uma coisa ‘ok’, que isso não tem nada a ver. A gente sabe que é um problema, a gente sabe que essas pessoas precisam de ajuda e a partir do momento que a gente conseguir uma maneira de tirar essas pessoas das drogas com bom tratamento, a gente consegue dar uma nova oportunidade para essas pessoas buscarem um crescimento econômico e social”, ponderou o candidato.

Recentemente, em agendas com comerciantes do hipercentro de Belo Horizonte, quando a questão da população de rua foi uma das demandas apresentadas, Engler ressaltou a importância de reforçou a necessidade de melhorar o atual sistema de abrigos da cidade e disse que a capital tem hoje três tipos de moradores de rua. “Tem alguns que estão (na rua) por situação financeira mesmo, tem aquele que está por desavença familiar ou questão emocional e tem os dependentes químicos, que geralmente são os que geram mais problemas porque ficam fora de si. O primeiro (da situação financeira) é o menos difícil de recuperar”, disse aos presentes.

Na ocasião, a coronel Cláudia Romualdo, vice escolhida por Engler, mas indeferida pela Justiça eleitoral, disse que a situação das pessoas em situação de rua está ruim “desde quando ela se conhece por gente” e que essa população só aumenta a cada ano.

A militar reformada ponderou que medidas paliativas só empurram a resolução do problema e que precisa buscar uma forma de organizar e resolver as condições de quem, segundo ela, não consegue ter uma dignidade por viver em situações degradantes. 

Outro ponto abordado por Engler foi a questão de refugiados de países como a Venezuela em Belo Horizonte. Apesar de ressaltar o trabalho de acolhimento dessas pessoas por igrejas católicas da cidade, o deputado estadual afirmou que esses estrangeiros estão vindo para a capital mineira com passagens financiadas por políticos como o prefeito de Rio Branco, capital do Acre.