Diante das dificuldades desta profissão, o amor por um clube, por uma modalidade e a admiração por atletas que fizeram história nos conduzem ao exercício diário do jornalismo, de maneira incansável e prazerosa.
No dia 27 de novembro do ano passado, a Chapecoense iniciava a viagem para o jogo mais importante da sua história – a final da Copa Sul-Americana diante do Atlético Nacional-COL, em Medellín. Era um momento de glória para um clube ainda tão jovem, que movimentou a cobertura esportiva e despertou uma simpatia coletiva pelo time catarinense. O Brasil todo torcia para a Chape naquele momento, e, a bordo do LaMia, 21 grandes profissionais estavam prontos para contar essa história, em palavras, imagem, som e emoção.
Na viagem para Medellín, as histórias de 21 uma vidas se entrelaçaram. Alguns colocavam em seu currículo mais uma grande cobertura, enquanto outros faziam, pela primeira vez, a viagem mais significativa de suas carreiras. Era o dia de a Chape fazer história e disputar pela primeira vez uma final internacional, dia de ligar os microfones, preparar as câmeras, os computadores e levar uma chuva de informações à Santa Catarina e ao Brasil. No entanto, as imagens não chegaram, o som não saiu e as palavras não foram escritas.
Naquele trágico 29 de novembro, 21 profissionais deixaram de fazer o seu trabalho de dar notícia para se tornarem personagens dela. A notícia mais triste e inesperada que pudesse vir de Medellín. Uma notícia que ninguém queria ouvir e que ninguém queria contar.