Nutrição

Comida mineira tem boas combinações para uma vida saudável

Especialistas dizem que é importante não exagerar nas quantidades; alguns pratos típicos, porém, são ricos em açúcares e gorduras

Sex, 10/03/17 - 03h00

Diz a lenda que ingerir manga com leite não é uma boa escolha. Isso é um mito. Mas existem, sim, combinações alimentares que podem fazer bem ou mal ao organismo. Alguns exemplos podem ser encontrados inclusive no tradicional cardápio mineiro. Alguns pratos típicos têm boas combinações nutricionais, e outros devem ser consumidos com ressalvas de quantidade e de horários, diz a nutricionista Pâmela Sarkis.

As comidas típicas têm seu lado positivo e negativo. Um bom exemplo do que faz bem ao corpo humano é a goiabada com queijo. Essa combinação une a proteína do queijo ao açúcar da goiaba, o que provoca a lentidão do processo digestivo e resulta na expansão de saciedade.

Já a união do tutu com o torresmo não é indicada porque o torresmo frito contém óleo de fritura em excesso, e o mesmo vale para o tutu que, por ser feijão puro, contribui na produção de mais gordura. “Se houver o consumo, que seja apenas durante o dia, pois, durante a noite, ele deve ser evitado a todo custo”, alerta a especialista.

Por outro lado, o feijão tropeiro, apesar de calórico, é considerado uma refeição completa por oferecer diversos componentes que fazem bem ao organismo: proteína da carne, carboidrato do feijão e da farofa, bem como a gordura do óleo dos próprios alimentos. Mas, na sobremesa, o doce de leite, rico em açúcar, deve ser ingerido com cautela. O consumo da iguaria favorece o ganho de peso e eleva a taxa do índice glicêmico, que mede a quantidade de açúcar no corpo.

E é claro que o pão queijo não poderia ficar de fora. O queridinho dos mineiros é nutritivo e saboroso, mas não deve ser consumido em grandes quantidades. “Por ser muito rico em calorias, o pão de queijo precisa ser degustado de forma consciente. Por exemplo, um pão de queijo de 100 g contém cerca de 400 calorias. Se a pessoa tem um dieta de 1.500 calorias por dia e consome quatro unidades, alcança 1.600 e ultrapassa o limite. O resultado pode ser um acúmulo de nutrientes que levará ao excesso de peso”, diz a especialista em nutrição e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Maria Isabel Correia.

Equilíbrio

Ela completa que a regra da moderação vale para todos os alimentos, mesmo os considerados saudáveis ou adequados à dieta. “Na verdade, não importa qual alimento será consumido; se não houver equilíbrio entre as calorias gastas e as consumidas, efeitos adversos podem surgir”, ensina.

A nutricionista Pâmela Sarkis também diz que comer bem passa por observar quantidades e horários do que é ingerido. “O problema, muitas vezes, não está no alimento em si, mas em quanto dele é absorvido pelo corpo e em qual hora do dia. Esses dois fatores é que podem prejudicar o organismo”, afirma.

O endocrinologista e metabologista da rede Mater Dei de Saúde Rodrigo Lamounier diz que o que torna uma combinação alimentar ideal é a junção de ingredientes que se complementem. “Dois alimentos que juntos se tornam uma fonte rica de benefícios são o arroz e o feijão, por serem excelentes fontes de energia, associando um grão rico em fibra e outro, em proteínas”, explica. Ele alerta que açúcar, carboidratos e sedentarismo são uma combinação perigosa.

Saúde

Independentemente da combinação alimentar escolhida, especialistas lembram que fazer atividade física regularmente é fundamental para manter a saúde. Outro alerta é que pratos com combinações adequadas podem ser muito calóricos e, por isso, pouco adequados a dietas de perda de peso.

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