O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar possíveis abusos Azul Linhas Aéreas em Uberaba. Segundo o procurador Thales Messias Pires Cardoso, a empresa, única que opera na cidade, teria violado os direitos dos consumidores ao cancelar voos diretos para Belo Horizonte e Brasília, elevando assim as tarifas e o tempo de viagem por causa das escalas.
O procurador explica que, desde abril, a aérea vem reduzindo suas operações na região. “Tinha um voo diário para Brasília, pela Trip. Mas que acabou após a fusão com a Azul”, disse. “Também tinha um voo de Uberaba para Confins que também foi extinto”, conta Cardoso.
No site da Azul, consta ainda um voo direto por dia para a Pampulha, que custa cerca de R$ 269 (hoje) com saída às 7h25. Os demais voos para a capital têm escalas em Campinas e custam até R$ 539.
O MPF enviou um ofício à companhia aérea e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Temos informações dos consumidores de Uberaba sobre os aumentos de preços e diminuição de voos. Por exemplo, o voo direto que durava uma hora para Belo Horizonte, agora não tem mais. Agora só tem um voo com escala em Campinas-SP, com duração de quatro horas mais ou menos”, diz.
Questionada sobre a notificação do MPF e sobre a diminuição de voos e aumento de preços, a Azul Linhas Aéreas disse que “responderá o mais breve possível”, e que “adota a política de liberdade tarifária e da liberdade de voar, de acordo com a Lei nº 11.182/2005”. Para Thales Cardoso, há normas que preveem a necessidade de uma autorização do órgão regulador, portanto, ele considera que a Anac deve explicar as razões que fundamentaram as autorizações dos cancelamentos dos voos.