Medidas

Betim inicia plano de reestruturação após estragos causados pela chuva

Ações vão desde a assistência às famílias desabrigadas à ações para reparar os danos causados na cidade

Publicado em 27 de janeiro de 2020 | 18:44

 
 
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Afetado pelas chuvas dos últimos dias, que resultou na morte de seis pessoas vítimas de deslizamentos, o município de Betim, na região metropolitana, já coloca em prática o plano de ação emergencial que tem como objetivo assistir às famílias desabrigadas e buscar soluções para reconstruir o que foi destruído.

Nesta segunda (27), representantes da prefeitura se reuniram para dar sequência às ações. Um decreto (NE Nº 33/2020) do Governo do Estado, publicado no domingo (26), incluiu Betim na lista de municípios em situação de emergência. Pelo Governo Federal, o município já foi inserido, por meio da portaria 161, de 25 de janeiro, no sistema de liberação imediata de recursos, sendo também habilitado ao atendimento prioritário e emergencial. O município terá o prazo de 90 dias para receber o valor de R$ 55 milhões.

O objetivo da prefeitura é realizar a construção de 1.500 casas populares. Outras medidas para auxílio são a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O procedimento para o saque dos valores será estabelecido nesta terça-feira (28), em uma reunião com a Caixa Econômica Federal. Para as pessoas atingidas também haverá o adiantamento do programa Bolsa Família.

Até a manhã desta segunda (27), foram recebidos 787 chamados, sendo 227 atendidos, considerados prioritários. Outros 267 não prioritárias, aguardando atendimentos de acordo com as disponibilidades; e 293 chamadas que foram feitas orientações e aguardam novas chamadas caso ainda haja necessidades. O número de pessoas desalojadas, acolhidas em casas de amigos e familiares, chegou a 342 pessoas, além de 94 desabrigados que estão em pontos de apoio disponibilizados pela prefeitura.

Dentro do plano de emergência, de acordo com a prefeitura, já estão sendo alugados equipamentos para escavação, remoção e transporte de material, decorrente da queda das encostas; a limpeza das avenidas e das estradas; a compra de material para reconstrução de moradias, corrigindo falhas e melhorando as condições sanitárias; a reconstrução emergencial das redes de esgotamento sanitário; reconstrução e criação emergencial de rede de drenagem em alguns pontos que foram destruídos pela queda de encostas e sobrecarga de água, além da recuperação de vias públicas, com operação tapa-buracos e reconstrução de pistas e manutenção de pontes.

Em alguns bairros da cidade, como Duque de Caxias, Vila Cemig e Jardim Teresópolis, famílias foram retiradas do local por causa do risco de novos deslizamentos, já que o solo ainda se encontra úmido. “Seguimos com as orientações às famílias que, em qualquer caso de dúvida contra a segurança de suas vidas, que deixem as residências para um local seguro. O número de demandas estão muito alto e, em alguns casos, leva certo tempo para todos serem atendidos pessoalmente por nossas equipes. Por isso, se há risco contra a vida, pedimos para as pessoas procurarem um local seguro”, declarou o superintendente municipal da Defesa Civil, Ramiro Coelho.

No Jardim Teresópolis, famílias que residiam no beco Fagundes, onde duas pessoas morreram em um deslizamento na sexta (24), e Itaparica, além das ruas Lagoa Dourada, Santo Antônio e Senhor do Bonfim foram retiradas. “Só hoje (segunda), foram cerca de 40 famílias, que foram levadas para os pontos de abrigo da prefeitura ou para casas de parentes e amigos”, disse o administrador regional Ronison Nunes.

No bairro Guanabara, a Unidade Básica de Saúde foi interditada porque um talude cedeu, e a encosta danificou paredes do refeitório e de consultórios. Os atendimentos aos usuários foram transferidos para as UBSs PTB e Campos Elíseos. Ainda não há previsão de quando a UBS Guanabara voltará a funcionar no local.

Já o retorno das aulas está mantido para esta terça-feira (28).