Betim registra mais de 4 mil furtos e roubos em 4 meses | O TEMPO Betim
 
Criminalidade em alta

Betim registra mais de 4 mil furtos e roubos em 4 meses

Aumento só de assaltos foi de 24%, se comparado com janeiro a abril de 2015

Publicado em 02 de junho de 2016 | 21:49

 
 
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Dados divulgados pelo governo de Minas Gerais mostram que os casos de roubos e furtos em Betim continuam crescendo de forma assustadora. As estatísticas da criminalidade da Secretaria de Defesa Social (Seds) revelam que, somente nos quatro primeiros meses de 2016, a cidade já registrou 4.153 ocorrências desse tipo, o que equivale a uma média de 34 roubos e furtos por dia na cidade. Se comparado com o mesmo período em 2015, o aumento foi de 17,5%, uma vez que de janeiro a abril do ano passado foram registrados 3.534 ocorrências similares. Só com relação a roubos, o aumento foi de 24%.

Quem sofre na pele com a insegurança causada pelo aumento da criminalidade cobra das autoridades de Betim mais ações. É o caso da empresária Jacyra Diniz Silva que, somente neste ano teve sua rede de lojas assaltada quatro vezes. “Em três roubos, na loja que tenho na rua Gravatá, no centro, os criminosos agiram da mesma forma. Pararam o carro em frente à loja, dois entraram armados e um ficou esperando no veículo. Os que invadiram a loja, renderam as minhas funcionárias em um banheiro e fizeram uma limpa nas prateleiras. No furto a outra loja, que fica na avenida Amazonas, os bandidos agiram de madrugada. Quebraram a vitrine, entram e levaram parte da mercadoria. No último assalto, na loja da Gravatá, tive um prejuízo de R$ 40 mil e, ao todo, em todas as lojas que tenho, já foram R$ 80 mil”, contou.

Para a empresária, o clima de medo e a falta de segurança viraram rotina na vida dos betinenses. “Trabalho no comércio há 27 anos e nunca vi uma situação como essa. Assalto a mão armada e em plena luz do dia se transformou em situações ‘normal’. Há uma banalização do crime na cidade e os bandidos estão cada vez mais ousados. Nos sentimos abandonados e desanimados”, desabafou. “Minhas funcionárias estão aterrorizadas e com medo de trabalhar. Já perdi funcionárias por causa dessa violência. Temo que possa acontecer uma tragédia, por isso, pedimos a instalação de uma base de apoio da Polícia Militar entre a rua Gravatá e a avenida Governador Valadares, mas até agora nada foi feito”.

O comandante do 33º Batalhão, Luciano Vivas, informou que a base móvel existente hoje na PM de Betim atua no bairro Nossa Senhora das Graças. “Caso tenhamos outras bases, podemos disponibilizá-la para a região Central”, disse.

O ex-vereador de Betim Antônio Ferreira de Oliveira, o Toninho Guerreiro, também foi alvo de bandidos. No crime ocorrido no último domingo (29), os criminosos levaram as câmeras de segurança de sua residência. “Assim que cheguei em casa, percebi o que tinha acontecido e acionei a polícia. Eles fizeram rondas e conseguiram apreender dois dos quatro suspeitos. As câmeras foram recuperadas. Por isso agradeço os policiais que atenderam a ocorrência”, disse Guerreiro, que já teve a casa arrombada em 2015.

A assessoria da prefeitura alegou que, “apesar dos esforços para a redução da violência, dentro das atuais condições financeiras provenientes da crise econômica nacional, a qual interferiu na arrecadação dos municípios e do Estado, é primordial o apoio das polícias Militar e Civil e a instalação do Centro de Internação de Adolescentes para a promoção de ações efetivas que resultem na diminuição da violência”, declarou.

A construção desse centro de ressocialização para menores infratores, apesar das alegações da prefeitura, é uma das principais promessas do secretario municipal de Segurança Pública de Betim, Luís Flávio Sapori, importado do governo tucano por Carlaile.

Em abril deste ano, o jornal O Tempo Betim também mostrou que a maioria da ações propostas pela prefeitura no seu plano de segurança ainda não foi implantada.